No mesmo dia em que o curta-metragem animado Torre arrancou do público os aplausos mais empolgados e longos desta 50ª edição do Festival de Brasília ao resgatar as lembranças de uma família abalada pelo regime militar no Brasil, o longa Por Trás da Linha de Escudos teve uma recepção mais fria, com alguns aplausos e também vaias.
Dirigido por Marcelo Pedroso, o longa retrata o dia a dia do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Pernambuco. O cineasta teve completo acesso ao espaço e busca humanizar os profissionais da PM, parte de um grupo que muitas vezes entra em confronto direto com a população. Ao se inserir completamente naquela rotina, inclusive participando de treinamentos, Pedroso normatiza até mesmo as técnicas de confronto, o que não pegou bem com o público. Apesar de contar com alguns momentos mais críticos, o diretor não conseguiu fazer um contraponto ao apresentar o lado do povo, dos manifestantes, investindo em alegorias um pouco óbvias.
A noite contou ainda com a exibição de curta Baunilha, também de Pernambuco. Premiado pelo curta Tubarão, o diretor Leo Tabosa acompanha um mestre em BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo), que fala sobre viver em segredo e sobre perder o grande amor de sua vida.
O AdoroCinema viajou a convite da organização do evento.