No coração de Mãe!, novo filme de Darren Aronofsky (Cisne Negro), nem sempre cabe mais um. Se não foi fácil para o críticos (que se dividiram), nem para o público (que não digeriu bem a produção), também não foi um pedacinho de bolo para a estrela do longa, Jennifer Lawrence. Não a princípio, pelo menos.
“Eu fiquei horrorizada. Queria tirar o roteiro da minha casa. Como me livrar daquilo? Queimando? Jogo no Rio Hudson?”, brincou ela, em entrevista ao AdoroCinema, em Nova York, no último dia 12.
“Achei que era demais, que era muito ousado, mas que era uma obra-prima. E é por isso que é uma obra-prima: porque há essa linha e o filme a cruza até chegar muito longe”, disse ela, se recordando das sensações por que passou imediatamente depois de ler o roteiro, de autoria do diretor - e também namorado da atriz.
Mãe!, que estreou na última quinta-feira, 21, nos cinemas brasileiros é centrado na figura de… “mãe”, que é como é chamada a personagem de JLaw. Ela se dedica a reconstruir a casa de seu marido, o escritor vivido por Javier Bardem (chamado de “ele”), que, em uma crise de criatividade, abre o local para um sem número de desconhecidos, a contragosto dela.
“Trabalhar com 340 pessoas debaixo do mesmo teto foi um verdadeiro caos”, ela confessa. Alicerçado em referências bíblicas, o filme ganha proporções oníricas à medida em que a narrativa avança - e mais não é recomendado revelar, para não estragar a experiência. (Mas está aí a gênese da divisão que o filme vem provocando).
Como, então, explicar a metáfora de Mãe!, uma produção tão alegórica, para os fãs de outro conhecido trabalho da atriz, como protagonista de Jogos Vorazes, franquia que também tem seus simbolismos próprios (mas de outra ordem)? “Os temas e as metáforas são muito importantes para mim: é preciso cuidar do seu lar, é preciso tratá-lo como se fosse um ser vivo”, resume Jennifer Lawrence. “Sei que é muita coisa, mas é necessário. Espero que os fãs se orgulhem e me acompanhem nesta próxima fase da minha jornada”.
Veja a entrevista completa (não deixe de ir até o final. É sério) no vídeo acima. (E, abaixo, nosso papo com o diretor Darren Aronofsky).
