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    Festival de Toronto 2017: Como fica a corrida do Oscar depois do evento

    Vai ter Emma Stone e Andrew Garfield de novo, pelo segundo ano consecutivo, Academia?

    A 42ª edição do Festival de Toronto (TIFF) acabou neste domingo, 17, consagrando Three Billboards Outside Ebbing, Missouri como o melhor filme. O evento não só funciona como plataforma para os estúdios lançarem suas apostas para o Oscar, como também é o último no calendário dos três festivais (depois de Veneza e Telluride) que, diretamente ou indiretamente, servem ao mesmo propósito.

    Em geral, o vencedor do TIFF (a escolha é feita pelo público) ganha também passe livre na cerimônia de premiação de Hollywood (as categorias, no entanto, variam). Tomando apenas os três últimos anos como exemplo, saíram vencedores do Festival: La La Land - Cantando Estações (2016); O Quarto de Jack (2015) e O Jogo da Imitação (2014).

    Portanto, quando Toronto termina é que o panorama da disputa pelo "careca dourado" fica mais claro. E, neste ano, além de Three Billboards..., The Shape of WaterO Destino de uma Nação despontam como favoritos, seguidos por Call Me By Your Name, com Lady Bird como provável azarão.

    Confira abaixo a análise das principais categorias:

    MELHOR FILME

    Divulgação

    Vencedor do Festival de Veneza, The Shape of Water promete ser o La La Land da vez. Com ecos de musical, autorreferente ao cinema e (ainda) querido pela crítica, é o filme a ser batido. Já O Destino de Uma Nação é uma superprodução elegante do diretor de Desejo e Reparação, que traz um Gary Oldman inspirado como uma figura "real" (Winston Churchill). Assim como Dunkirk (exibido em caráter especial no TIFF, em cópia 70mm), pode-se dizer que ambos estão garantidos na disputa.

    Na lista dos prováveis, entram os preferidos de Toronto, respectivamente Three Billboards... (embora seja mais forte na categoria de melhor atriz), I, Tonya (embora considerado por muitos pesado demais para o gosto da Academia), e o drama poético sobre uma relação gay Call me by Your Name (com chances mais fortes), que pode surpreender como o Moonlight da vez. Muito elogiada, a estreia do roteirista Aaron Sorkin na direção, Molly’s Game, também está bem cotado. Battle of the Sexes traz os elementos que a Academia gosta (história real - e feminista - de superação, conduzida pelos mesmos diretores de Pequena Miss Sunshine). E A Guerra das Correntes é o drama de época formatado (e sem alma) típico da Weinstein Co. (O Jogo da Imitação), protagonizada por Benedict Cumberbatch como Thomas Edison.

    O azarão pode ser Lady Bird, a estreia solo da atriz Greta Gerwig (Frances Ha) na direção, que vem conquistando crítica e público e talvez seja o Juno da vez. A falta de originalidade de Breath, de Andy Serkis, e o excesso de patriotismo de O Que te Faz Mais Forte devem deixar as duas produções de fora da categoria. São filmes que combinariam mais com o perfil dos votantes de uma década atrás.

    MELHOR ATRIZ

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    Sally Hawkins (The Shape of Water) e Judi Dench (Victoria e Abdul - O Confidente da Rainha, em que ela interpreta mais uma monarca, em um filme de Stephen Frears) e Frances McDormand (Three Billboards...) saem de Toronto como apostas mais certeiras. Mas elas vêm seguidas de perto por Jessica Chastain (Molly’s Game).

    Muito se comentou sobre as performances de Saoirse Ronan (olha aí o azarão Lady Bird), Margot Robbie (ótima), na cinebiografia I, Tonya e, pelo segundo ano consecutivo, Emma Stone (Battle of the Sexes), a atual vencedora. Elas têm chances reais (embora seja muito difícil Stone levar novamente).

    Jennifer Lawrence, para a Academia, é sempre uma opção considerável. Mas talvez a controvérsia em torno de mãe! (que dividiu público, críticos, qualquer ser que respira) seja um argumento contra. Resta saber, também, se serão quatro ou cinco vagas em disputa. Afinal, Meryl Streep chega em dezembro aos cinemas norte-americanos com The Post.

    MELHOR ATOR

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    Aqui a pergunta é mais direta: Gary Oldman vai ganhar o Oscar de melhor ator? Porque, indicado, certamente, ele vai ser. E a resposta esbarra na “Meryl Streep de calças". O público dos EUA só saberá no fim do ano como Daniel Day-Lewis está no novo filme de Paul Thomas Anderson, que, cercado de mistério, nem título tem ainda.

    No elenco de Breathe, Andrew Garfield revive a história real de Robin, um homem aventureiro que tem os movimentos paralisados por conta da poliomielite. E sua performance vem sendo comparada com a de outro vencedor do Oscar, Eddie Redmayne, em A Teoria de Tudo. Jake Gyllenhaal pode faturar sua segunda indicação, pela entrega a outro papel baseado em um drama verídico, o de Jeff Bauman (O Que te Faz Mais Forte), que perdeu as pernas no atentado à maratona de Boston. Benedict Cumberbatch (A Guerra das Correntes) está na disputa. E Denzel Washington parece desesperado por mais uma indicação, desta vez, no elenco de Roman J. Israel, Esq.

    A surpresa pode ser Timothée Chalamet (Call Me By Your Name), embora atores jovens (ele tem 21 anos), tradicionalmente, não sejam privilegiados pelos votantes da premiação. Pouco provável é o nome de Matt Damon, embora protagonize dois filmes assinados por queridos do Oscar, Alexander Payne (Pequena Grande Vida) e George Clooney (Suburbicon: Bem-Vindos ao Paraíso) - ambos recebidos de forma mista pela crítica.

    (Continua na página seguinte).

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