Harry Dean Stanton morreu aos 91 anos. De acordo com informações do site TMZ, o ator partiu "pacificamente" na tarde desta sexta-feira (15) em um hospital da cidade de Los Angeles, na Califórnia.
Com uma carreira que cobriu mais de seis décadas e trouxe quase 200 créditos em filmes e séries, Stanton se habituou em viver coadjuvantes solitários. O crítico Roger Ebert já escreveu que o ator "habitava os cantos sombrios do noir americano com seu rosto magro e olhos famintos" que criam "uma poesia triste".
Nos cinemas, atuou em produções das mais diversas, como O Poderoso Chefão II (1974), Alien - O Oitavo Passageiro (1979), À Espera de um Milagre (1999), Medo e Delírio (1998), A Última Tentação de Cristo (1988) e até fez uma ponta em Os Vingadores - The Avengers (2012).
Sua parceria mais importante foi com o cineasta David Lynch, com quem trabalhou em Coração Selvagem (1990), Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (1992), História Real (1999) e Império dos Sonhos (2006). Ele reprisou seu papel de Carl Rodd no revival de Twin Peaks, exibido na TV neste ano.
"O grande Harry Dean Stanton nos deixou", escreveu Lynch em um tributo para o ator. "Não há ninguém como Harry Dean. Todos o amavam. E por um bom motivo. Ele era um grande ator (na verdade, ele ia além de grande) e um grande ser humano. Era tão bom estar perto dele!!! Sua falta será muito sentida, Harry Dean!!! Muito amor para você, onde quer que você esteja agora."
O grande papel de sua carreira chegou com sua escalação como protagonista de Paris, Texas (1984), road movie que rendeu ao diretor Wim Wenders a Palma de Ouro no Festival de Cannes. No longa-metragem, Stanton vive um homem com amnésia que deseja se reconectar com sua família após vagar pelo deserto.
Antes de inciar sua carreira artística, Stanton serviu na Marinha dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e participou da Batalha de Okinawa. Ele também teve uma carreira como músico e em 2014 lançou seu primeiro e único álbum de estúdio, chamado Partly Fiction.