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    Festival de Toronto 2017: Motorrad é apresentado pelo diretor como um filme sobre “amadurecimento”

    Para Vicente Amorim, o terror de tintas gore (único longa brasileiro no evento) é uma história de “coming of age”.

    Divulgação

    “A primeira vez que eu vi o filme, o amei. Mas fiquei meio ‘atordoada’” (o termo exato que ela usou foi "fucked up"), disse a programadora dos títulos latino-americanos do Festival de Toronto (TIFF), Diana Sanchez, ao apresentar Motorrad para uma platéia relativamente cheia (numa quarta-feira), ao lado do diretor Vicente Amorim.

    Cineasta de O Caminho das Nuvens (2003), Corações Sujos (2011) e Irmã Dulce (2013), entre outros, Vicente embarca de vez no filme "de gênero" com Motorrad. Protagonizado por Guilherme Prates, como Hugo, a produção conta a história de um grupo de motoqueiros “freestyle” em busca de diversão, a caminho de uma cachoeira, que se depara com um quarteto de assassinos sádicos - também sobre duas rodas - que espalha o terror entre os amigos.

    E tome violência gráfica, beirando o gore, com cabeças decepadas, corpos queimados, gente pendurada e por aí vai. “É um filme de ‘amadurecimento’” (a expressão dita foi “coming of age”) resumiu o diretor, para a surpresa dos espectadores.

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    “Todo mundo nos dizia que essa era um filme que não deveria ser feito, no qual cineastas sérios não deveriam tocar”, desabafou Vicente, que antes mesmo de realizar seu primeiro longa, há 20 anos, já tinha um roteiro que envolvia zumbis, como revelou ao AdoroCinema, mas que não encontrou quem topasse tirá-lo do papel.

    Quando o produtor LG Tubaldini Jr., que pratica motocross na Serra da Canastra, surgiu com uma ideia ambientada no mesmo universo, Amorim acreditou que era a hora de soprar a poeira que cobria a antiga vontade.

    “Vamos fazer um filme de gênero para valer”, ele pensou. “E não vamos ficar fingindo que é uma análise sociológica sobre manutenção de motos no interior de Minas Gerais e as condições precárias de trabalho dos operários. Nada contra”.

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    No fim do debate com o público, uma espectadora perguntou a Vicente o que ele entendia pela expressão “coming of age” - provavelmente achando que se tratava de um momento "lost in translation" do cineasta. “É quando você começa a se virar por conta própria. O que não precisa acontecer quando você é um adolescente, ou no seu Bar Mitzvá, quando você se alista no exército ou entra na faculdade. É quando você se torna quem você realmente é. E isso é realmente assustador”, devolveu.

    Selecionado para o programa “Contemporary World Cinema”, Motorrad é o único longa 100% brasileiro a ser exibido na edição 2017 do TIFF e ainda não conta com data de estreia definida no Brasil.

     

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