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    Deserto: Guilherme Weber aborda as feridas brasileiras através de simbolismos em sua estreia como diretor (Entrevista exclusiva)

    Já nos cinemas.

    Seguindo os passos de Selton MelloMatheus Nachtergaele na Bananeira Filmes da produtora Vania CataniGuilherme Weber é o mais recente ator brazuca a se arriscar na cadeira de direção. O resultado pode ser visto nos cinemas a partir de hoje, 14 de setembro, quando Deserto chega ao circuito após um ano rodando por festivais ao redor do país.

    Recebemos o agora diretor Guilherme Weber na sede do AdoroCinema no Rio de Janeiro para conversar sobre seu primeiro filme, uma alegoria repleta de simbolismos que bebe da fonte do teatro e também do circo. "Li um livro mexicano, Santa Maria do Circo, e vi ali uma história que me seduziu muito. No livro eles são de circo, no filme viraram mais de teatro, e eles começam a falar sobre criação de identidade."

    Com uma ambientação estética exuberante e flertando com o realismo fantástico, Weber aproveitou a oportunidade para tocar em algumas mazelas brasileiras. "Alguns personagens são iguais ao livro, outros diferentes, escolhendo o que simbolizaria as feridas brasileiras: a questão do negro, da mulher, da terceira idade, dos artistas, de como a igreja compactua com determinadas coisas, o sincretismo religioso, a falta d'água. Tudo isso que formou a nação, de certa maneira, e estas feriadas que ainda sangram nos dias de hoje."

    Com Lima Duarte encabeçando um elenco que conta também com os pouco conhecidos (e ótimos!) Magali BiffClaudio Castro e Marcio Rosario, Deserto já está em cartaz nos cinemas de arte espalhados ao redor do país. Confira nossa crítica!

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