Jared Leto é conhecido por seus extremos e sacrificantes rituais de preparação para os papéis que interpreta. Ele, por exemplo, perdeu 20 quilos para coestrelar Clube de Compras Dallas — trabalho pelo qual recebeu seu Oscar — e enviou presentes bizarros para o elenco de Esquadrão Suicida, filme no qual interpreta o Coringa. Assim, em Blade Runner 2049, Leto também seguiu seus métodos peculiares:
"Todos já ouviram histórias sobre Jared, sobre como ele se transforma em seus personagens, mas nem mesmo esse histórico me preparou para o que viria. Ele não conseguia ver nada. Ele estava andando pelo set com um assistente, bem devagar. Foi como ver Jesus entrando em um templo. Todos ficaram muito quietos. Foi uma espécie de momento sagrado. Todos ficaram impressionados. Foi muito belo e poderoso e chorei naquele momento", declarou o diretor Denis Villeneuve (A Chegada) em entrevista ao The Wall Street Journal.
Como Neander Wallace, vilão de Blade Runner 2049, é cego, o ator decidiu bloquear sua visão com lentes de contato para entrar no personagem e melhorar sua interpretação. Ainda que casos tão singulares de comprometimento com papéis sejam frequentes na história do cinema, as ocorrências desse tipo de preparação têm se tornado cada vez menores com o passar do tempo. Assim, quando um ator recorre ao que os estadunidenses chamam de "O Método" — ou seja, quando um intérprete praticamente se funde ao seu personagem —, a comoção gerada é certamente muito potente, exatamente como Villeneuve relatou.
Em Blade Runner 2049, Wallace deseja construir um exército de replicantes, colocando, assim, o futuro do planeta em risco. Os únicos que podem impedir os loucos e perigosos planos do vilão são o agente K (Ryan Gosling) e Rick Deckard (Harrison Ford). No entanto, para que possam salvar a humanidade, os dois policiais terão que chegar a um meio-termo e deixar suas diferenças de lado.
Coestrelado por Robin Wright, Dave Bautista e Ana de Armas, Blade Runner 2049 chega aos cinemas brasileiros no dia 5 de outubro.