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    Festival de Gramado 2017: Diretor comenta saída de Seu Jorge como protagonista de O Matador, da Netflix (Exclusivo)

    Marcelo Galvão conta como o projeto foi parar na gigante do streaming.

    Diego Vara/ Pressphoto

    Na briga pelos Kikitos da 45ª edição do Festival de Gramado, O Matador, de Marcelo Galvão, teve sua estreia na mostra gaúcha cheio de expectativas. Mais por se tratar do primeiro longa-metragem brasileiro produzido pela Netflix, do que pela seleção em si, é bem verdade.

    O filme do diretor de Colegas conta a história de Cabeleira (Diogo Morgado), que, abandonado ainda bebê no sertão, é adotado pelo "matador dos matadores", Sete Orelhas (Deto Montenegro). Depois que o pai some, o moço parte em busca do paradeiro dele, e vai dar nas terras do todo-poderoso “coronel” Monsieur Blanchard (Etienne Chicot).

    No festival, Galvão conversou rapidamente com o AdoroCinema. E contou como foi a escolha do ator protagonista, para o papel escrito inicialmente para ser interpretado por Seu Jorge. Confira abaixo.

    Cleiton Thille/ Pressphoto

    AdoroCinema: O que significa, para o filme e para sua carreira, em si, assinar o primeiro longa nacional produzido pela Netflix?

    Marcelo Galvão: Para mim é uma honra. Tem uns holofotes virados pro filme, pra saber que filme é esse, então, eu fico muito feliz. A gente faz filme para as pessoas assistirem. 90% dos filmes que são feitos não vão para o cinema. E, desses 10% que sobram, 90% ficam duas semanas ou três semanas, no máximo, em cartaz. Você saber que você tem uma plataforma que banca o teu projeto, que não precisa captar dinheiro de lei, demorando anos para poder juntar o dinheiro, fazer o filme, não saber se ele vai para o cinema depois... Aqui você tem uma [empresa] que te garante tudo isso, bota o dinheiro, esse filme vai pro mundo todo.

    O fato de ter um projeto que, de antemão, você sabe que será exibido no mundo todo redireciona a realização do filme de alguma maneira, para dar uma cara mais “global”, talvez?

    Não, até porque o projeto já tinha sido construído antes, eu já tinha o roteiro. A Netflix entrou depois. Eu acho que quando a gente faz um filme, eu pelo menos, tento fazer um filme que dialogue com o mundo todo.  São histórias universais. Contextualizando um pouco com onde eu vivo, que é o Brasil.

    Netflix

    Como foi o processo de pitching que levou o projeto até a Netflix?

    Aconteceu no Los Angeles Brazilian Film Festival, onde eu estava com A Despedida e eu fiz um pitching lá para a Carol Vianna [então responsável pela aquisição de conteúdo da empresa]. A organização do LABFF fez ali uma área voltada para o mercado, tinha gente da FOX, de outros canais, e uma das pessoas era a Carol Vianna, da Netflix, que estava ali para ouvir projetos.

    Como foi sua escolha para o papel do protagonista, o Cabeleira?

    Eu tinha o Seu Jorge. Eu escrevi pensando no Seu Jorge. Mas aí tive um problema com ele em relação a compromisso. Na estrutura de produção que eu ia ter, dois meses dentro do Nordeste, numa cidade pequenininha, tomando banho de água gelada… eu tinha que ter pessoas muito apaixonadas pelo projeto. Pessoas que pagariam para estar ali. E aí eu acabei me desligando dele e fiquei aberto.

    E como você chegou no Diogo Morgado, ator portugûes?

    Ele que chegou em mim. Sabia que eu estava fazendo O Matador, me mandou um vídeo com ele fazendo um teste, que foi maravilhoso. Aí eu falei: “quero fazer o filme com esse cara”.

    O Matador tem previsão de estreia na Netflix ainda em 2017.

     

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