Quando o diretor de fotografia John Bailey foi eleito o novo presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, parte da imprensa interpretou a escolha como um retorno aos valores tradicionais.
Bailey seria o oposto da antiga presidente, Cheryl Boone Isaacs, uma mulher negra que fez grandes esforços para aumentar a representatividade de mulheres, pessoas negras, asiáticas e estrangeiros na Academia em que 87% dos membros ainda são brancos, e 72% são homens.
No entanto, o presidente eleito garantiu a continuidade da política de inclusão, em entrevista ao Hollywood Reporter. "Eu tenho investido pessoalmente na diversidade e na inclusão antes mesmo de a questão se tornar famosa. Sim, sou um homem branco e heterossexual de 75 anos de idade, mas isso não me limita". A respeito da campanha #OscarsSoWhite, que criticou a maioria absoluta de indicados brancos, ele afirmou: "Como muitas coisas que surgem de modo espontâneo, isso diz respeito a uma ferida visivelmente aberta".
Mesmo assim, afirmou não estar a par da antiga meta de dobrar o número de mulheres e minorias na Academia até 2020, e se mostrou reticente a uma política de cotas: "É uma grande mudança a fazer, e não dá para simplesmente dizer que queremos tal porcentagem. Não é questão de acalmar as pessoas dizendo qual é a meta. Precisamos abraçar a ideia de diversidade e alcançá-la o máximo possível".
John Bailey é conhecido pela defesa de profissionais estrangeiros na indústria de cinema americana, escrevendo regularmente para um blog em que destaca os bons trabalhos de diretores de fotografia pelo mundo. Ele foi o diretor de fotografia de filmes como Melhor é Impossível, Feitiço do Tempo, Como Perder um Homem em Dez Dias e O Grande Milagre.