Antes mesmo do início da sessão, já havia uma certa expectativa em torno do longa cubano Santa e Andrés, selecionado para a mostra competitiva do Cine Ceará. Afinal de contas, não é sempre que se tem a oportunidade de assistir a um filme que foi proibido em outro festival, por motivos políticos. Para explicar melhor a situação, é hora de uma breve recapitulação.
Inicialmente previsto para ser exibido no Festival de Havana em 2016, o longa foi retirado da programação com a alegação de que estaria reescrevendo a história, já que as perseguições e agressões políticas retratadas no filme jamais teriam acontecido em Cuba - palavras da justificativa oficial, é bom ressaltar. Além disto, o ICAIC, órgão que coordena o cinema cubano, solicitou que o longa fosse retirado da versão do Festival de Havana que aconteceu em Nova York, em março/abril deste ano. Diante desta situação, Santa e Andrés jamais teve uma exibição pública em Cuba.
Ao assistir o longa-metragem, fica nítido o porquê. Sem entrar em ideologias políticas, trata-se de um libelo contra a opressão vinda de ditaduras, como foi a de Fidel Castro em Cuba. Situado em 1983, Santa e Andrés relata a perseguição do governo a um escritor homossexual, obrigado a viver isolado por ser considerado um contrarrevolucionário. A partir do relacionamento com sua "carcereira", inicia-se uma amizade inicialmente meio desconfiada e, aos poucos, reveladora. Confira nossa crítica!
Bastante sensível e com belas atuações dos protagonistas Lola Amores e Eduardo Martinez, o longa dirigido por Carlos Lechuga foi bastante aplaudido pelo público presente no Cineteatro São Luiz, após a sessão. Com o Cine Ceará já tendo ultrapassado a metade, o filme desponta como forte candidato aos troféus Mucuripe. Aguardemos!
O Cine Ceará segue nesta quarta-feira, com a exibição de apenas um curta e dois longas: o brasileiro Pedro Sob a Cama e o dominicano O Homem que Cuida. Acompanhe nossa cobertura diária no AdoroCinema, pelo site e também pelo Instagram Stories (@adorocinema).