Todos os anos, o instituto MDSC (Media, Diversity and Social Change), associado à Universidade da Califórnia do Sul, analisa a representação de minorias nos cinemas. Isso inclui a presença de mulheres, negros, indivíduos LGBT e pessoas com deficiências entre os personagens.
O ano de 2016 mostrou que estes grupos continuam minoritários nas histórias dos grandes estúdios: entre os 100 filmes de maior bilheteria, apenas 29% dos personagens não eram brancos, e somente 31% eram mulheres com diálogos - ou seja, descontando figurantes e coadjuvantes de menor importância.
Entre a representação LGBT, os resultados são ainda piores: apenas 1% dos personagens com falas eram assumidamente gays, lésbicas ou transexuais. Um único filme tinha gays como protagonistas: Moonlight - Sob a Luz do Luar, vencedor do Oscar de melhor filme. Já os deficientes foram representados em 2% dos personagens com falas.
Nas equipes técnicas, a indústria norte-americana se revela tão desigual quanto suas histórias: 2016 trouxe apenas 4% de diretoras mulheres. Ampliando a categoria para roteiristas e produtores, o número aumenta, mas pouco: 17% de mulheres trabalharam nos principais setores criativos. Não é de se espantar que tantos homens brancos estejam desenvolvendo histórias sobre homens brancos.
A pesquisadora Stacy L. Smith, líder do projeto, tira conclusões graves: "É impossível olhar para esses dados sem concluir que muitos dos protestos fora das telas sobre a representatividade nos últimos anos não têm obtido sucesso. Isso significa que a omissão de diferentes grupos ainda é aceitável para alguns - basta assistir aos filmes para ter uma visão dos Estados Unidos que não existe mais. Os filmes traçam um retrato alarmante de exclusão".