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    Comic-Con 2017: Will Smith (de novo) defende a Netflix, agora no painel de Bright

    "É diferente, mas não precisa ser competitivo com o cinema", disse o ator.

    Kevin Winter/Getty Images North America

    Não é de hoje que, informalmente, Will Smith tem sido uma espécie de defensor da Netflix. Se no Festival de Cannes deste ano ele bateu de frente com o presidente do júri Pedro Almodóvar, contrário à premiação de qualquer produção que não seja lançada nos cinemas, é claro que ao apresentar o painel de seu novo filme, Bright, produzido pela Netflix, ele seria ainda mais incisivo: "Estou interessado em estar à frente deste novo modo de consumir entretenimento e extremamente excitado em ver aonde isso vai dar. Tem havido muito debate em torno disso. É diferente [do cinema], mas não precisa ser competitivo entre si."

    Vale lembrar que, em declarações recentes, tanto Christopher Nolan quanto Michael Bay disseram que não tinham interesse em rodar alguma produção para a Netflix, por considerarem que a sala de cinema é o lugar ideal para assistir a um filme. Nolan, inclusive, chegou a dizer que a Netflix seria "uma moda passageira".

    David Ayer, diretor de Bright, não concorda com tal afirmação e, também, encheu de elogios a empresa: "Netflix é o oposto da real situação para outros cineastas. Eles estão investindo no talento e dão muito suporte ao processo. Trabalhar com eles é como se fosse algo de 20 anos atrás". Para exemplificar a situação, Ayer contou que a empresa simplesmente lhe perguntou aonde gostaria de rodar Bright e, ao ouvir a preferência por Los Angeles, aceitou a sugestão sem qualquer intervenção.

    Em um breve comentário, Ayer ainda revelou um certo trauma com a situação vivenciada durante a edição final de seu último filme, Esquadrão Suicida, cujo tom sombrio foi amenizado pela Warner após as críticas recebidas por Batman Vs Superman: "Não há [na Netflix] filme PG-13, que é uma merda." Simples assim.

    Recebido com euforia pelo moderador Terry Crews, que o chamou de "o maior astro de cinema da atualidade", Will Smith esteve bastante à vontade no Hall H. Completamente careca, ele não só brincou com os demais atores presentes como também ressaltou a importância do cinema no imaginário coletivo: "Quando fazia Um Maluco no Pedaço as pessoas vinham falar comigo dizendo 'Hey, Will!'. Um dia após a estreia de Independence Day foi quando, pela primeira vez, alguém me chamou de sr. Smith", comentou, fazendo pose de importante.

    Situado em um universo onde humanos, orcs e elfos coexistem, Bright é um policial sombrio de tom fantástico que aborda também o preconceito racial. Tudo porque o personagem de Smith não gosta nem um pouco dos orcs e precisa lidar com um deles, interpretado por Joel Edgerton, como companheiro de trabalho. "É como um mashup de Dia de Treinamento com O Senhor dos Anéis!", brincou o ator. "Joel interpreta o primeiro orc da polícia de Los Angeles. Nunca imaginei neste lado do racismo quando se é negro: 'Olhe, cara, não quero orcs no meu carro!", complementou.

    Com lançamento na Netflix agendado para 22 de dezembro, Bright conta ainda com Noomi Rapace no elenco.

     

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