Diversas séries e filmes de ficção científica retratam a existência de mundos paralelos e realidades alternativas que viram as vidas de seus protagonistas de cabeça para baixo. Bem, não se sabe se eles são reais, mas se esses universos colaterais realmente existirem, um deles certamente é destinado a guardar todos o cenários "e se" da sétima arte.
Durante a história do cinema, inúmeros atores e atrizes quase interpretaram papéis imortalizados por outros artistas. Esse outro mundo seria o lugar em que veríamos Russell Crowe interpretando Wolverine, Jean-Claude Van Damme como um Predador kickboxer e Al Pacino entregando uma versão bem intensa de Han Solo. Recentemente, esta lista de quase escalações - muito duvidosas, diga-se de passagem: quem foi que teve a ideia de contratar Tom Selleck como Indiana Jones? - ganhou mais uma adição, no mínimo, bizarra.
Em entrevista ao Huffington Post, o cineasta Barry Sonnenfeld, showrunner de Desventuras em Série, declarou que Will Smith (que chegou a ser cotado para interpretar Neo antes da contratação de Keanu Reeves) e Tommy Lee Jones não eram as primeiras escolhas de Walter Parkes e Steven Spielberg para a franquia Homens de Preto. Segundo o diretor, os produtores queriam Clint Eastwood e Chris O'Donnell para os papéis principais.
À época, O'Donell - conhecido por seu trabalho em Perfume de Mulher e como o Robin de Batman Eternamente - era um ator de maior prestígio que Smith, que acabara de estourar com Independence Day. No entanto, Sonnenfeld deu um jeito de garantir que O'Donnell não fosse escalado: "Spielberg disse que eu tinha que jantar com Chris e precisava convencê-lo a aceitar fazer o filme. Mas eu sabia que queria Will Smith para o papel, então disse a Chris que eu não era um diretor muito bom e que eu não achava que o roteiro era bom. Disse a ele que não deveria aceitar fazer Homens de Preto se tivesse outras ofertas melhores. No dia seguinte ele deixou bem claro que não estava interessado no filme".
O sempre espirituoso cineasta, responsável por filmes como A Família Addams e O Nome do Jogo, afirmou ainda que achou que Jones seria melhor do que Eastwood para interpretar o ranzinza Agente Kay. O tempo provou que Sonnenfeld estava certo e a franquia Homens de Preto, que arrecadou mais de US$ 1,5 bilhão nas bilheterias ao redor do mundo, deve boa parte de seu grande sucesso à química estabelecida entre Smith e Jones. E, claro, à determinação do diretor, que se manteve fiel às suas decisões. Os fãs agradecem.