A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas toma uma série de medidas para impedir a comercialização de suas estatuetas no milionário mercado de leilões. Agora, no entanto, foi o Departamento de Justiça dos Estados Unidos que se envolveu num caso de restituição de Oscar. E um dos maiores de todos os tempos.
Marlon Brando venceu o prêmio de melhor ator em 1955 por Sindicato de Ladrões, numa das grandes atuações masculinas do cinema americano. Décadas depois, a Red Granite presenteou Leonardo DiCaprio com o Oscar clássico às vésperas de O Lobo de Wall Street. O astro ostentava orgulhosamente a estatueta em sua mansão em Hollywood Hills. Não mais, devido a uma suspeita de lavagem de dinheiro envolvendo os donos da produtora.
Riza Aziz, cofundador da Red Granite, e seu suposto sócio Jho Low, são investigados por suspeita de desvio de US$ 100 milhões do fundo governamental malaio 1MDB (cuja ideia é fomentar o desenvolvimento econômico dentro da Malásia) para enriquecimento próprio e impulsionar seus negócios internacionalmente.
Como parte da investigação sobre as transações da Red Granite, a Justiça norte-americana foi ao encontro de Leonardo DiCaprio. Além do Oscar como presente pessoal, o ator e produtor iniciou a devolução de itens valiosos para leilão de caridade de sua fundação, que apoia projetos ambientais.
Outro aspecto curioso nesse caso é a procedência do Oscar de Marlon Brando. Segundo o THR, a estatueta não foi leiloada pelo ator ou seus representantes, mas sumiu! Responsável pelo patrimônio do ator morto em 2004, Avra Douglas comemorou a devolução da estatueta. "Ele tentou rastreá-la e sempre se viu num beco sem saída", ela explicou.