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    Olhar de Cinema 2017: Parque Tonsler provoca o espectador e questiona a linguagem do cinema

    Em competição, foram apresentados um documentário de guerra e uma fábula social.

    No 6º Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba, os dois primeiros dias da mostra competitiva ainda não trouxeram títulos realmente empolgantes, mas comprovaram a diversidade da seleção, como atestam a fábula Grande Grande Mundo e o documentário 300 Milhas. Os destaques, por enquanto, têm vindo dos ousados filmes das mostras paralelas.

    Para provocar os sentidos

    O excelente Parque Tonsler, de Kevin Jerome Everson, foi a melhor surpresa do festival até agora. Algumas pessoas saíram no meio da sessão, algumas riram, outras pareciam irritadas, mas era difícil ficar indiferente à proposta radical de filmar assistentes de uma zona eleitoral, em planos fixos, sem som direto, sem narrativa, sem mensagem. Como uma grande provocação, o filme chama a atenção para os procedimentos cinematográficos e desconstrói a ideia do cinema como diversão e escapismo. Um desses filmes tão simples quanto necessários nos dias de hoje.

    Leia a nossa crítica.

    João e Maria

    Em competição, o drama turco Grande Grande Mundo, de Reha Erdem, retrata dois irmãos fugindo dos maus tratos da família adotiva e se refugiando na floresta. Este mundo onde os adultos são vilões força os dois a questionarem sua relação com a infância, enquanto descobrem uma série de símbolos na natureza. É um projeto interessante, talvez um pouco perdido nas fronteiras entre realismo e fantasia, entre o presente e o passado.

    Leia a nossa crítica.

    Guerra na Síria

    Também em competição, o documentário 300 Milhas retrata a guerra civil na Síria pelos olhos do diretor Orwa Al Mokdad, isolado do resto de sua família, que mora do outro lado do país. Neste contexto, é impossível atravessar o território. O cineasta desperta um questionamento importante sobre a natureza dos conflitos, mas demonstra uma preocupação pequena demais com a construção das imagens e a coerência da montagem. 

    Leia a nossa crítica.

    A vida triste de gente comum

    O sul-coreano Outono, Outono foi uma boa surpresa das mostras paralelas, lotando sua segunda sessão consecutiva. O público local descobriu as duas histórias de pessoas simples, buscando alguma oportunidade melhor no amor e no trabalho. Woo-jin jang faz um cinema melancólico, sem grandes pretensões políticas nem estéticas, porém eficaz como crônica contemporânea. Para o público cinéfilo, o filme deve lembrar as obras agridoces do conterrâneo Hong Sang-soo

    Leia a nossa crítica.

    Críticas do 6º Olhar de Cinema

    300 Milhas

    A Família

    Grande, Grande Mundo

    Newton

    Outono, Outono

    Parque Tonsler

    People Power Bombshell: O Diário de Vietnam Rose

    Vangelo

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