Passada a noite de abertura, começou a mostra competitiva do 6º Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba. Vangelo e Newton geraram bons debates entre os jornalistas presentes, isso sem falar em experiências radicais das mostras paralelas. De modo geral, trata-se de filme que confrontam os protagonistas à dificuldade de lidar com opiniões diferentes das suas.
Como não ajudar os refugiados
O documentário italiano Vangelo traz o diretor Pippo Delbono como personagem, fazendo uma peça de teatro com um grupo de refugiados da África e do Oriente Médio que chegam à Itália. A intenção é louvável, porém a abordagem do cineasta é bastante questionável: ele jamais explica aos jovens o que estão realmente fazendo neste projeto, e alguns acreditam que o documentário pode ajudá-los a permanecer no país.
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Para que serve a eleição?
Sabe esses países em que a corrupção é generalizada, o candidato mais votado não está no poder e as pessoas perdem a crença na democracia? Pois é, estamos falando da Índia, onde o jovem Newton tenta garantir a eleição pacífica em um pequeno vilarejo, mas sofre todo tipo de pressão para que as forças armadas controlem o resultado do pleito. É uma comédia simples, que não se aprofunda em suas questões, mas consegue trazer alguns elementos importantes ao público médio.
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O filme sobre o filme sobre a mulher que lia um diário erótico
Radical e nonsense, People Power Bombshell - O Diário de Vietnam Rose é um projeto fictício que usa trechos de um documentário jamais finalizado. O diretor John Torres combinou as imagens originais com sons que não existiam, fez diversas intervenções digitais (filtros, sobreposições na imagem) e chegou a um resultado que pode ser descrito como uma longa viagem de LSD.
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Vendendo a alma ao diabo
Para completar o dia, assistimos ao clássico Fausto, de F.W. Murnau. A bela cópia restaurada atraiu tantos espectadores que lotou o cinema, algo impressionante para um filme de 1926. A potência das imagens permanece intacta, assim como a complexidade da relação entre Fausto com o diabo. No entanto, a longa digressão melodramática sobre a personagem Gretchen constitui o típico recurso moralista que não se encaixaria nos nossos dias. Serve como belíssimo retrato do cinema de sua época e da sociedade de 90 anos atrás.