O prestígio do cinema sul-coreano no meio cinematográfico cresceu muito nos últimos anos, e um dos principais incentivadores dessa onda atende pelo nome de Bong Joon-ho. Apesar disso, o cultuado diretor de Memórias de um Assassino, O Hospedeiro, Mother e Expresso do Amanhã está sendo boicotado na Coreia do Sul. Motivo: toda a polêmica em torno do lançamento de seu novo filme, Okja.
No mês passado, a Netflix teve os seus primeiros filmes originais selecionados para a competição oficial do Festival de Cannes: Okja e The Meyerowitz Stories. Porém, devido ao modelo de exclusividade da plataforma online, ambos não tinham estreia prevista nos cinemas da França. Numa reviravolta, a organização do evento alterou o seu estatuto e definiu que, a partir de 2018, só filmes lançados tradicionalmente em território francês concorreriam à Palma de Ouro — o que gerou muita discussão e um conflito particular com a direção da Netflix.
A controvérsia levou a segunda e a terceira maiores redes de cinemas da Coreia do Sul, Lotte Cinema e Megabox, a boicotar o lançamento de Okja. De acordo com a Variety, a discussão se estendeu e a rede número 1 do país, CJ CGV, voltou a atrás e desistiu não lançar mais o filme em seus cinemas. Com isso, Okja está proibido em 93% das salas da Coreia do Sul. E assim todos perdem: o mercado, dada a popularidade de Bong Joon-ho; o realizador, sofrendo represália apesar dos serviçoes prestados pelo país; e o público.
Okja estreia mundialmente na Netflix no dia 28 de junho.