Happy End, apesar do título feliz, foca em um tema espinhoso: a incomunicabilidade. Em Calais, na França, Georges (Jean-Louis Trintignant), o patriarca da família que mora com a filha Anne (Isabelle Huppert), vê o filho Thomas (Matthieu Kassovitz) retornar ao “ninho” com esposa e filha depois que a mãe da menina morre. E coisas acontecem (claro).
“Essa história da garota que vai envenenar a própria mãe, ou não, estava na internet. É uma história real que eu li”, diz o cultuado cineasta austríaco de 75 anos, que compete pela Palma de Ouro no Festival de Cannes 2017 com o terceiro filme consecutivo.
Entrevistado pelo AlloCiné, parceiro do AdoroCinema na França, o diretor conta que o assunto que domina é o da vida familiar. “Esse universo da família burguesa, ou pequeno-burguesa, é o único que eu conheço. Não poderia fazer um filme sobre um operário que trabalha no porto de Havres (...) Ou um filme sobre imigrantes. Posso fazer um filme sobre nossa ignorância em relação a eles”, explica.
No fim, Haneke, veterano no evento, fala sobre a expectativa da premiação (a de 2017, aliás, acontece neste domingo). Confira no vídeo acima.