Homenageado no festival de Cannes 2017, o ator e diretor Clint Eastwood apresentou no evento uma cópia restaurada de Os Imperdoáveis (1992), que completa 25 anos, além de encontrar a imprensa para uma master class.
De poucas palavras e meio emburrado, de acordo com o jornal El País, o cineasta relembrou os maiores momentos de sua carreira, com carinho especial aos filmes feitos em parceria com o amigo Don Siegel. "Perseguidor Implacável foi um filme diferente para a época, então eu trouxe para Don e ele gostou. Muitas pessoas acharam que era politicamente incorreto. Este era o início da era em que estamos agora, com o politicamente correto. Estamos nos matando, perdemos o senso de humor. Mas eu achei interessante e ousado".
"Suponho que portar armas grandes é a realização do sonho de qualquer menino, embora hoje não seja bem visto", continuou, aproveitando para criticar a intelectualização do cinema: “Os filmes precisam ser emocionantes, porque não é uma arte intelectual. Embora cada um tenha o seu estilo e seja respeitável”.
Eastwood nunca escondeu seu posicionamento conservador: ele é republicano convicto, e foi um dos poucos a apoiar abertamente a candidatura de Donald Trump. Mesmo assim, de acordo com o site The Hollywood Reporter, o cineasta evitou falar sobre política e preferiu se concentrar em seus filmes marcantes como ator, aproveitando a seleção em Cannes de O Estranho que Nós Amamos, refilmagem do drama estrelado por ele em 1971.
Sobre a sua próxima produção, The 15:17 to Paris, história de americanos agindo contra terroristas num trem, o veterano decidiu guardar segredo, dizendo apenas que se trata de uma história "interessante".