A franquia 007 é cinquentenária, portanto, já foi alvo de algumas disputas. A MGM ignorou este fato e agora enfrenta não só a fúria, como processos de fãs de James Bond por conta de uma promessa não cumprida. Eis o motivo: os réus venderam o primeiro box completo da franquia faltando dois filmes. Sendo que MGM Studios e 20th Century Fox Home Entertainment não os consideram como sendo parte da cinessérie.
Senta que lá vem história...
A cliente Mary Johnson acionou um tribunal em Washington D.C. em sua defesa e de outros fãs do espião britânico acusando propaganda enganosa da coleção em DVD. "Todos os filmes de Bond reunidos pela primeira vez", prometia a caixa. Ao abri-la, os consumidores tiveram uma ingrata surpresa: a ausência do primeiro Cassino Royale e de 007 - Nunca Mais Outra Vez. Dois longas-metragens que são motivo de litígio há tempos.
Produzido em 1967, o Cassino Royale original é, fatualmente, uma paródia. Com direção de John Huston, Robert Parrish e outros três cineastas, com Woody Allen, Peter Sellers e Orson Welles no elenco, a comédia de ação e aventura foi produzida pela Columbia Pictures, não por Eon Productions ou MGM. Reivindicar esse longa-metragem como parte da franquia original soa um pouco questionável.
007 - Nunca Mais Outra Vez já é parte de uma questão mais complicada. O filme foi realizado por Kevin McClory, roteirista do primeiro tratamento de James Bond (que anos mais tarde viria a se tornar 007 Contra a Chantagem Atômica) que não foi devidamente creditado pelo autor original do personagem, Ian Fleming. McClory venceu a disputa com MGM e Danjaq LLC, produzindo o longa-metragem com o James Bond clássico, Sean Connery, no filme de 1983.
A longeva briga pelos direitos da franquia 007 terminou em 2013, com a vitória de Kevin McClory. Com isso, 007 - Nunca Mais Outra Vez faz parte da cinessérie oficial do personagem. Porém, a coleção Bond 50 ficou pronta depois da determinação — o que não elimina, segundo Johnson, o fato de ter havido uma violação ao Código do Consumidor de Washington.
"As representações que os réus fazem nas coleções de James Bond são falsas, enganam os consumidores (e o demandante em particular) e constituem práticas comerciais injustas e enganosas, em violação da lei aplicável", afirma o processo. Mary Johnson protesta por "não ter recebido o produto que foi levada a pensar que comprou", e inclui Cassino Royale em sua revolta.
"Apesar de representar que o coleção contêm TODAS as carismáticas estrelas [dos filmes], David Niven, a 'carismática estrela de Cassino Royale, está faltando na coleção", ela reclama. "David Niven foi a primeira escolha de Ian Fleming, criador de James Bond, para interpretar James Bond nos filmes de James Bond", Mary Johnson protesta, irredutível a respeito do filme livremente baseado na obra do autor britânico.