Filha de Eugenio Derbez, ícone da TV e do cinema mexicano, Aislinn Derbez vive o par romântico de Jake Johnson (New Girl) na mais nova comédia da Netflix: Apostando Tudo. O filme gira em torno de Eddie (Johnson), um sujeito com problemas com apostas que tenta reconstruir sua vida. Ele conhece uma garota (Derbez) que o faz querer mudar, mas a vida parece sempre disposta a jogá-lo de volta em seus velhos hábitos.
O AdoroCinema foi até Miami, nos Estados Unidos, conversar com a atriz. Ela falou sobre o trabalho com Jake e com os comediantes Keegan-Michael Key (Keanu: Cadê Meu Gato?!) e Joe Lo Truglio (Brooklyn Nine-Nine), que completam o elenco. Lembrou ainda a dificuldade que foi atuar usando muito do improviso. Apostando Tudo estreia hoje, 7 de abril, na Netflix.
Você começou no México e agora trabalha também nos Estados Unidos. Como você percebe o desenvolvimento da sua carreira, especialmente agora que está trabalhando para a Netflix em uma comédia com um elenco internacional?
Me sinto orgulhosa. Começar a fazer coisas diferentes nos Estados Unidos é uma grande oportunidade. Ainda não trabalhei muito nos Estados Unidos, a maior parte dos projetos que fiz são mexicanos ou latino-americanos e acho que esse filme é uma ótima forma de começar a trabalhar nos Estados Unidos. Admiro muito as obras de Joe Swanberg e adoro que minha primeira oportunidade de trabalho seja com ele porque muitas pessoas importantes trabalharam e gostaram muito de trabalhar com ele. Seu método é muito específico, estranho. Tudo é improvisado, ele não gosta de escrever diálogos, quer deixar os atores livres para fazerem o que quiserem. Ele dá aos seus atores toda a liberdade da qual precisam para fazerem sua arte. Joe confia em seus atores e atrizes e na arte do ator. Normalmente não é assim. No geral, diretores e roteiristas gostam de ter o controle e você não pode desviar muito do roteiro. Joe nos deixa fazer tudo. Ele sabe exatamente o que quer, sabe para onde as cenas vão e para onde devem ir mas, para além disso, ele te deixa fazer o que você quiser. Isso é um grande desafio para mim. Primeiro porque eu não estou acostumada a atuar em inglês, então não me sinto tão livre para improvisar quanto em espanhol e segundo porque não estou acostumada a improvisar nem mesmo em espanhol. Nós, atores, sempre temos roteiros. Então, o processo foi divertido e muito desafiador.
O que você aprendeu com esse processo? Depois dessa experiência você acha que é uma atriz diferente?
Fiquei viciada em improvisar. Quero fazer mais, não quero parar. Quando vi o filme, percebi que queria improvisar novamente e mais. Em um primeiro momento, fiquei muito assustada. A minha personagem era muito séria no roteiro, era a personagem mais séria do filme inteiro. Joe e Jake Johnson a escreveram assim. Mas eu não fiz isso, tentei deixá-la mais leve. Agora quero trabalhar mais vezes assim, quero fazer mais comédias. O processo realmente me deixou com a vontade de trabalhar mais com a improvisação.
Como foi a dinâmica de trabalho com Jake, Joe e Keegan, pessoas muito acostumadas com a improvisação?
Estava com um pouco de medo no início porque eu era a única que não tinha experiência nessa área. Eles são grandes atores que têm muita experiência nesse estilo de interpretação. Contudo, o que me ajudou foi que eles são ótimas pessoas. É ótimo estar com eles e eles me trataram com muito respeito, me fizeram sentir muito confortável. Eles me fizeram sentir aceita e segura. Eles me apoiavam e riam comigo em todas as cenas. São pessoas muito bacanas, realistas. Não esperava tanto apoio deles. Quando você trabalha com grandes atores, em qualquer lugar, eles não costumam ser tão receptivos, tão comunicativos. Mas eles são pessoas que gostam de se divertir, contar piadas e incluir todos no set. Essa inclusão e esse apoio me ajudaram muito.
Apostando Tudo é uma comédia com um grande drama por trás, especialmente em relação à relação entre a sua personagem e o de Jake. Enquanto atriz, como é lidar com esses elementos?
Joe adora fazer isso: combinar diversos gêneros em um filme só, em uma comédia dramática. A vida real é assim, essas coisas acontecem o tempo todo. Em um momento nós estamos enfrentando uma coisa terrível e no outro, estamos rindo. A vida não é estável e o mesmo deve acontecer nos filmes. Como atriz, realmente gosto de estar em um filme que é dramático e cômico ao mesmo tempo. Isso dá muita liberdade para você ser você mesma.
Você tem algum outro projeto no momento?
Tenho uma série da Netflix do Manolo Caro, o filme Hazlo como Hombre e irei rodar outro longa no fim do ano. E também estou preparando os projetos da minha empresa.
Você tem um este projeto futuro da Netflix com Manolo Caro. Você pode falar um pouco mais sobre isso?
Não posso dizer nada porque nós sequer começamos a filmar. Eles fizeram um teaser para anunciar que as filmagens começariam. Foi esquisito porque ainda estamos distantes de ver qualquer coisa acontecer. Mas é assim que trabalha a Netflix, criando toda essa curiosidade sobre os projetos. Também estou muito curiosa. Não tenho a menor ideia do que vai acontecer, eles são bem herméticos com a informação. Sei um pouco sobre minha personagem, mas não sei nada sobre a história. Eles me apresentaram a sinopse e me disseram que eu não podia falar nada sobre isso. É isso.
Como você decidiu fazer parte dessa série?
Foi bem difícil porque nunca tinha decidido fazer parte de uma série da qual não sei nada. Então, foi difícil. Só aceitei porque é a Netflix e é um projeto de Manolo. É uma garantia de qualidade. Se não fossem eles, não teria aceitado porque não aceitado fazer parte de nada sem ler o roteiro antes. Preciso ter toda a informação antes. Mas como é uma parceria entre a Netflix e Manolo, confio totalmente.
O AdoroCinema viajou a convite da Netflix.