Nesta manhã de 4 de abril foram anunciados os filmes selecionados para o festival É Tudo Verdade 2017, o maior do gênero na América Latina.
O curador Amir Labaki frisou o número recorde de inscrições em todas as categorias, com destaque para a inédita seleção de filmes latino-americanos. Isso ocorre durante a "pior recessão desde 1929", explicou, no "ano mais difícil para quem está fazendo documentário". Por isso, grande número de projetos recorreu ao financiamento em plataformas coletivas via Internet.
Um dos apoiadores do evento, o Itaú Cultural, foi representado por Eduardo Saron. Ele sublinhou a importância deste "projeto perene, que deixa o seu legado", e que já comprovou a importância nos anos anteriores. Para Saron, em tempos de "derretimento da política e dos políticos", e em plena "crise ética", os documentários possuem importância ainda maior.
O festival, que ocorre entre os dias 19 e 30 de abril em São Paulo e no Rio de Janeiro, vai abrir com um filme diferente em cada cidade: os paulistas recebem o premiado Cidade de Fantasmas, sobre a guerra na Síria (leia a nossa crítica), enquanto os cariocas prestigiam o inédito Eu, Meu Pai e os Cariocas - 70 Anos de Música no Brasil, sobre a história do grupo Os Cariocas.
Entre os maiores destaques dessa edição encontram-se os brasileiros No Intenso Agora, de João Moreira Salles, exibido no festival de Berlim (leia a nossa crítica), e Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas, de Sandra Werneck, além de A Copa dos Trabalhadores, que denuncia as condições de trabalhos dos operários preparando a Copa do Mundo de 2022, no Catar.
Diversas retrospectivas chamam atenção, como o panorama dedicado às revoluções russas de 1917 e as homenagens a Andrea Tonacci e Jean Rouch.
Você encontra mais informações no site oficial do festival É Tudo Verdade.
Longas-metragens brasileiros em competição
A Terceira Margem, de Fabian Remy
Cidades Fantasmas, de Tyrell Spencer
Em um Mundo Interior, de Flávio Frederico e Mariana Pamplona
Maria - Não Esqueça que Eu Venho dos Trópicos, de Francisco C. Martins
Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas, de Sandra Werneck
Quem é Primavera das Neves, de Ana Luiza Azevedo e Jorge Furtado
Tudo é Irrelevante. Hélio Jaguaribe, de Izabel Jaguaribe e Ernesto Baldan
Longas-metragens internacionais em competição
Abacus: Pequeno o Bastante para Condenar, de Steve James (Estados Unidos)
No Tempo que Chegará, de Tan Pin Pin (Singapura)
Comunhão, de Anna Zamecka (Polônia)
A Copa dos Trabalhadores, de Adam Sobel (Reino Unido)
A Prisão em 12 Paisagens, de Brett Story (Canadá / Estados Unidos)
Luz Obscura, de Susana de Sousa Dias (Portugal)
No Exílio: Um Filme de Família, de Juan Francisco Urrusti (México)
Paris é uma Festa - Um Filme em 18 Ondas, de Sylvain George (França)
Perón, Meu Pai e Eu, de Blas Eloy Martínez (Argentina)
Relações Próximas, de Vitaly Mansky (Letônia / Alemanha / Estônia / Ucrânia)
O Show da Guerra, de Andreas Dalsgaard e Obaidah Zytoon (Dinamarca / Noruega / Síria)
Uma Vida Alemã, de Christian Krones, Olaf Muller, Roland Schrotthofer e Florian Weigensamer (Áustria)
Longas-metragens latino-americanos em competição
Atentamente, de Camila Rodríguez Triana (Colômbia)
O Esquecimento (Im)possível, de Andrés Habegger (Argentina / México / Brasil)
Rito de Passagem, de Maite Alberdi (Chile)
Ruínas Seu Reino, de Pablo Escoto (México)
(além dos filmes abaixo, presentes também em outras seleções)
Cidades Fantasmas, de Tyrell Spencer (Brasil)
No Exílio: Um Filme de Família, de Juan Francisco Urrusti (México)
Perón, Meu Pai e Eu, de Blas Eloy Martínez (Argentina)