Desde que Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos, a oposição e parte do eleitorado têm se preocupado com a óbvia questão do conflito de interesses: como empresário, Trump precisaria se desligar de todos os negócios para não ser acusado de influenciar ilegalmente o resultado de suas empresas.
No entanto, o presidente norte-americano jamais fez qualquer tipo de concessão formal aos apelos, prometendo verbalmente que seus negócios seriam gerenciados pelos filhos. Ele inclusive deu um cargo público ao genro, sendo acusado de nepotismo.
Agora, outro escândalo marca a curta presidência de Trump: Steven Mnuchin, Secretário da Fazenda, foi acusado de explorar sua função para promover Lego Batman - O Filme. O motivo seria óbvio: Mnuchin é um dos fundadores da RatPac-Dune, que financiou a animação. Ele também se recusou a pedir demissão do cargo de produtor de cinema, prometendo que ficaria longe dos negócios.
Mesmo assim, conversando com um cinéfilo que lhe pediu uma indicação de filme, ele expôs o conflito ético, apenas para mencionar o nome de seu filme logo depois: "Não tenho permissão para promover algo em que eu esteja envolvido", afirmou. "Eu apenas acho que você deveria ter uma resposta formal, porque você me fez uma pergunta, então não estou promovendo nenhum produto. Mas você deveria levar todas as suas crianças para verem Lego Batman - O Filme".
O senador democrata Ron Wyden decidiu abrir um procedimento de inquérito no comitê de ética para investigar a fala de Mnuchin. "Estou preocupado que os comentários do senador Mnuchin tenham visado um efeito previsível em seus interesses financeiros". O porta-voz da Casa Branca, no entanto, afirma que este foi apenas um "momento de descontração".
Lego Batman - O Filme faturou US$171 milhões nos Estados Unidos, e quase US$300 milhões no mundo inteiro.