O cinema dos anos 80 foi dominado, principalmente, por dois movimentos distintos: o dos grandes estúdios, com seus blockbusters, e o dos diretores-autores como Ridley Scott e David Cronenberg, que fizeram da estética futurista/cyberpunk a moda do momento. Filmes como Blade Runner, o Caçador de Androides, Videodrome - A Síndrome do Vídeo e Robocop - O Policial do Futuro tornaram-se símbolos desta corrente artística e entraram na história da sétima arte como clássicos. Sempre atenta às tendências, a Disney não perdeu a oportunidade de produzir sua própria obra futurista: Tron - filme cult que ganhou uma sequência em 2010 (Tron - O Legado) e que, segundo o diretor Joseph Kosinski, deveria ter iniciado uma trilogia.
Apesar de conter a trilha sonora do prestigiado duo Daft Punk e de trazer Jeff Bridges de volta, a sequência, ainda que tenha arrecadado U$ 400 milhões, não teve a performance esperada pela Disney nas bilheterias. Em entrevista ao Collider, Kosinski resolveu contar um pouco sobre o andamento do roteiro e da produção de Tron: Ascension antes do náufragio do terceiro filme: "Tínhamos 80% do roteiro pronto. Estava bom. Nós estávamos a oito ou nove meses do início das filmagens, que é uma boa distância do começo da produção, mas eu acho que o roteiro estava muito bom. Estava animado com o conceito: seria um filme de invasão vindo de dentro da máquina, diferente de tudo o que já vimos".
"Nós fizemos uma referência a isso no final de O Legado quando Quorra (Olivia Wilde) saiu da máquina, mas a ideia de Ascension seria fazer um filme em que o primeiro ato se passaria no mundo real, o segundo ato no mundo de TRON, ou múltiplos mundos de TRON, e o terceiro ato totalmente no mundo real. Eu acho que isso abre, expande o conceito de TRON de uma forma que seria empolgante de se ver no cinema. Mas também há um estudo de personagens interessante sobre Quorra, uma estranha em uma terra estranha que está tentando descobrir a que lugar realmente pertence após ter vivido alguns anos no mundo real, onde ela se encaixa [...] Acho que a ideia é boa, é só uma questão de encontrar o tempo certo e o lugar certo e de esperar as estrelas se alinharem como elas fazem para produzirmos filmes", completou o diretor.
Ainda que Kosinski soe otimista, a Disney não tem planos de produzir Tron: Ascension em um futuro próximo, especialmente depois do fracasso retumbante de Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível, um produto relativamente similar a Tron que mal conseguiu pagar seus custos de produção. E você, o que acha deste possível encerramento da saga de Flynn (Bridges), Sam (Garrett Hedlund) e Quorra (Wilde)?