Ele é um dos pais do Cinema Moderno, é o cineasta favorito de Charles Chaplin, foi chamado de gênio pela Academia ao receber seu Oscar honorário pelo conjunto de sua aclamada obra e influenciou diretores de estilos diversos, como Orson Welles, François Truffaut, Martin Scorsese e Glauber Rocha e sua obra magna contra o fascismo (A Grande Ilusão) despertou a fúria de Hitler, que tentou, em vão, destruir o filme.
Jean Renoir (1894–1979), um dos maiores nomes da sétima arte em todos os tempos, ganhará a maior mostra retrospectiva dedicada a sua obra já apresentada no Brasil no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro entre os dias 1º e 27 de março (depois de passar pelos CCBBs de São Paulo e Brasília).
Ao todo, serão exibidos 27 longas-metragens, um média e dois curtas-metragens com direção assinada por Renoir, mais o documentário Jean Renoir, o Patrão, dirigido por Jacques Rivette. Entre os principais destaques da seleção estão os clássicos A Grande ilusão (1937), A Regra do Jogo (1939) e O Rio Sagrado (1951).
"Sem Renoir, o cinema teria sido outra coisa. Jean namorou com a vanguarda e com a indústria, passou por Hollywood e filmou na Índia. Teve pequenos e grandes orçamentos, conheceu o sucesso, o fracasso e a desgraça. É para a Nouvelle Vague o que Humberto Mauro foi para o Cinema Novo. Renoir amou seus personagens como poucos - embora isso jamais os livrasse de seus fracassos e tragédias - e imprimiu aos seus filmes uma sensação de campo aberto onde podemos nos imaginar vagando, dentro e fora dos limites de nossa visão. Entre os atores e as cenas, sempre escolheria os primeiros. Entre as cenas do roteiro e as cenas encenadas, sempre ficaria com as segundas. Não há ajuste ou adequação perfeitas entre imagem, ação e mundo. A vida lá fora é sempre maior, nos diz o cineasta", avaliou o curador da mostra, Julio Bezerra, em comunicado à imprensa.
Confira a programação completa da mostra A vida lá fora: o cinema de Jean Renoir no site do CCBB Rio de Janeiro.