X-Men é um marco do cinema, haja vista toda a revolução que se seguiu após o filme de 2000. Lançada num tempo em que o subgênero de super-heróis ainda não era uma realidade, a adaptação se viu na necessidade de tomar liberdades em relação às HQ's para ser bem-sucedida, sendo a principal delas o sóbrio visual dos uniformes em couro preto dos mutantes de Xavier — padrão que viria a sofrer poucas alterações ao longo da franquia.
À época do lançamento em home video de Wolverine: Imortal, surgiu um belo uniforme amarelo do mutante mais amado das quadrinhos. Os fãs adoraram, principalmente aqueles que sonhavam em ver um Carcaju visualmente fiel às HQ's na telona, em live-action. Isso nunca aconteceu. Não acontece em Logan. O diretor e roteirista James Mangold explica por quê.
"Também sendo escritor desses filmes, eu nunca consigo superar o fato de Logan ser o menos narcisista de todos os super-heróis. Todos em que eu penso – Marvel, DC ou qualquer outro", disse Mangold (via Screen Rant), esperando críticas por isso, apesar de seguir embasando muito bem o seu "bloqueio", seu ponto de vista.
"O que eu quero dizer é quem usa um traje com sua marca especial para fazer boas ações? E por quê? A única razão para você fazer isso é que assim você pode ter algum tipo de mérito simbólico e crédito pelo que fez", explicou James Mangold. Em outras palavras, "nada é menos ao estilo de Wolverine que vestir um traje com sua marca, ainda mais amarelo canário".
James Mangold é enfático: o Wolverine de Hugh Jackman nunca teve a intenção de "se pavonear" por seu heroísmo. Ao menos ele, como diretor e roteirista, nunca o viu assim. "De algum modo, eu sinto que se, de algum modo, eu colocasse Hugh num daqueles uniformes, as pessoas não ficariam felizes. Essencialmente, é algo que se sustenta nas páginas e eu não estou certo de que se sustentaria em outro lugar", afirmou o cineasta.
Logan chega aos cinemas brasileiros (em roupas surradas normais) no dia 2 de março. Pré-estreias acontecem já na quarta-feira de cinzas!