11) Donald Trump é presidente dos Estados Unidos há apenas um mês, mas suas ações já abalaram por completo diversas áreas da sociedade estadunidense, atingindo também a política externa e assuntos internacionais. Seu decreto que proibiu a entrada de refugiados provenientes de 7 países do Oriente Médio (Irã, Iraque, Síria, Líbia, Iêmen, Somália, Sudão) impediu, consequentemente, a viagem do diretor Asghar Farhadi e da atriz Taraneh Alidoosti aos Estados Unidos. Os iranianos eram esperados na cerimônia do Oscar, uma vez que O Apartamento, longa mais recente de Farhadi, está em competição pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. O cineasta e a protagonista da obra já anunciaram que não irão ao país comandado por Trump nem que uma permissão especial seja concedida para sua viagem ou que o veto seja revogado. A mídia internacional já especula que a Academia pode dar a vitória a O Apartamento como uma forma de protesto - a produção mais cotada para vencer a categoria é o concorrente da Alemanha, Toni Erdmann, um dos maiores destaques do último Festival de Cannes.
12) Prestes a completar 64 anos, Isabelle Huppert enfim recebeu sua primeira indicação ao Oscar. A intérprete de Michèle Leblanc em Elle, dirigido por Paul Verhoeven, é considerada uma das maiores atrizes francesas de todos os tempos e é a recordista de nomeações nos prêmios César, o Oscar francês. Além de ter vencido a maior competição de cinema da França em 1996 com seu trabalho por Mulheres Diabólicas, Huppert levou o Globo de Ouro neste ano e os prêmios de Melhor Atriz em Veneza e em Cannes duas vezes. Se ela vencer o Oscar, Huppert se juntará a Sophia Loren (Duas Mulheres) e Marion Cottilard (Piaf - Um Hino ao Amor), as únicas vencedoras do prêmio de Melhor Atriz por uma interpretação em um filme estrangeiro.
13) Tanna, de Martin Butler e Bentley Dean, é o primeiro filme australiano (em coprodução com Vanuatu) a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Exceções notáveis na lista de indicações contam com Julieta (Pedro Almodóvar) da Espanha, Elle da França e Neruda (Pablo Larraín) do Chile. O Brasil, que pré-indicou Pequeno Segredo ao invés de Aquarius em uma grande polêmica no ano passado, mais uma vez ficou de fora da competição.
14) O.J.: Made in America, além de ser um dos favoritos da categoria, também bateu um recorde: agora, o documentário é o filme mais longo a ser indicado a um Oscar na história. Com 467 minutos de duração (7h47m), o longa bateu o russo Guerra e Paz, Melhor Filme Estrangeiro de 1969, que tem 427 minutos (7h07m).
15) O "EGOT" é um acrônimo criado com o intuito de condecorar os artistas que venceram pelo menos um Emmy, um Grammy, um Oscar e um Tony em suas carreiras. O grupo, composto pelos compositores Richard Rodgers, Marvin Hamlisch, Jonathan Tunick e Robert Lopez, pelas atrizes Helen Hayes, Rita Moreno, Audrey Hepburn e Whoopi Goldberg, pelo ator John Gielgud, pelos cineastas Mel Brooks e Mike Nichols e pelo produtor Scott Rudin pode receber um novo membro: Lin-Manuel Miranda. O criador e estrela do musical-sensação "Hamilton" já tem um Emmy, dois Grammys e três Tonys (além de um prêmio Pulitzer) e pode vencer o Oscar por "How Far I'll Go", canção original de Moana - Um Mar de Aventuras. Se Miranda conseguir bater o favorito La La Land (que tem duas canções indicadas), se tornará o artista mais jovem detentor do "EGOT".