Você acha que rodar um filme de suspense é fácil? Dane DeHaan tem certeza que não!
Em entrevista exclusiva concedida ao AdoroCinema, o protagonista de A Cura logo classificou as filmagens como um "pesadelo". "Eu passo por muitas coisas no filme e tudo é realmente aterrorizante. Essa é a atmosfera na qual o filme foi criado. Passei várias horas nas filmagens sendo torturado e, quando ia para casa, tinha muitos pesadelos. Mas foi divertido. É o meu trabalho."
Intérprete de um executivo de Wall Street chamado para resgatar o CEO da empresa em que trabalha de um spa localizado nos belíssimos Alpes Suíços, DeHaan admitiu que A Cura foi o filme mais assustador que fez (até o momento). "Passo por situações de tortura muito loucas! Fico bastante tempo submerso, sofro acidentes de carro e mais um monte de coisas que você verá no filme e que te farão entender que foi uma experiência insana."
Confira abaixo os principais destaques da conversa que tivemos com o ator. Vale lembrar que A Cura estreia hoje nos cinemas brasileiros.
CENAS SUBMERSAS
O trailer de A Cura já revela uma cena claustrofóbica em que Dane DeHaan está em um imenso tanque cheio d'água, sem ter como sair - algo que deixou o ator bem incomodado. "Foi insano filmar essa cena, levamos uma semana para rodarmos. Tive que ficar em posição horizontal o tempo todo, então fiquei preso no tanque para ficar deste jeito e tive que respirar por um tubo. Foi insano, intenso."
FONTE DE INSPIRAÇÃO
Desde o início, a intenção era que A Cura fosse parecido com os suspenses psicológicos dos anos 1970. "Gore [Verbinski] queria fazer um filme que lembrasse filmes de terror deste tipo, como O Iluminado ou O Bebê de Rosemary. Estes filmes de terror, que são os meus filmes de terror favoritos, foram uma inspiração. Mas eu também acho algo interessante sobre nosso filme é que ele foi feito em 2016, então nós conseguimos fazer muitas coisas que eles não conseguiram fazer à época por causa da tecnologia."
"A Cura não é um filme que se baseia em violência gráfica ou em cenas que te dão sustos. É um suspense psicológico, não é um filme assustador que foi feito de maneira barata, de qualquer jeito. É um filme assustador que foi feito com muito cuidado e com muito esforço para atingir o visual, o tom e a engenharia de som que queríamos", explicou.
MUNDO CORPORATIVO
Em meio ao clima de suspense em torno do que acontece no misterioso (e idílico) spa, A Cura traz também uma análise sobre o mundo corporativo, até mesmo com um quê filosófico. "O filme fala sobre uma doença que existe na sociedade atual e meu personagem é um representante dessa doença. Ele trabalha, trabalha, trabalha, mas só para o seu crescimento pessoal, para acumular riqueza e bem-estar", explica o ator. "No spa ele encontra a cura para sua doença, algo que ele pensava ser justamente seu bem-estar. Aí, ele começa a se perguntar o que é a saúde, o bem-estar e se as coisas que as pessoas fazem para serem saudáveis realmente valem a pena, se essas coisas realmente funcionam ou se existem apenas por existir."
Por mais que aborde questões pertinentes aos dias atuais, Dane afirma que o objetivo maior do filme é realmente assustar o espectador. "Acho que é mais assustador, mais aterrorizante e mais divertido do que filosófico. É um suspense psicológico muito inteligente. Mas o que é interessante sobre o filme é que ele realmente faz essas perguntas filosóficas, não é mero entretenimento. É um filme que se aprofunda na condição humana, algo que é muito importante, mas o principal objetivo do filme é assustar e entreter."
ESTILO GORE VERBINSKI
Algo que logo impressiona em A Cura é o apuro com a fotografia, que rende imagens belíssimas - uma marca registrada do diretor Gore Verbinski, que fez também O Chamado, A Mexicana e os três primeiros filmes da franquia Piratas do Caribe.
Segundo Dane DeHaan, o diretor é extremamente metódico e detalhista, trabalhando lentamente por saber bem o que deseja. Não foi a toa que as filmagens duraram cinco meses! "A cena do acidente de carro é um bom exemplo de como Gore Verbinski filma", explica. "Nós levamos cinco meses para filmar essa cena. A cada dia nós filmamos um pedaço da cena, dependendo do que ele queria fazer e do local onde estávamos. É uma sequência complicada, mas quando o público vir perceberá que é uma das melhores cenas de acidentes de carro da história. Isso é incrível!"
O AdoroCinema viajou a Nova York a convite da Fox Filmes do Brasil.