Interestelar não é uma unanimidade. No meio termo entre aqueles que amaram ou odiaram o filme espacial de Christopher Nolan, enxergando lucidamente os seus problemas, está Eric Heisserer. E, em entrevista ao Collider, o roteirista indicado ao Oscar 2017 conta como utilizou essa referência para mudar o final do elogiado A Chegada.
"Eu diria que a única mudança significativa é o presente que os heptapods nos deixam", conta Heisserer sobre a evolução do roteiro. Segundo ele, os alienígenas deixavam projetos de engenharia de uma nave interestelar, "como uma arca", em suas primeiras versões: "Então Interestelar estreou e todos juntos dissemos 'Bem, isso não funciona mais [risos]'. Então, focamos mais no que tínhamos em nossa frente, que era o poder da linguagem deles".
Eric Heisserer é então perguntado sobre o propósito dos ET's no roteiro inicial de A Chegada — e aqui começam os spoilers, leia ciente disto. "Para nos dar o modo de transporte para viajar e ajudá-los?", questiona o repórter, lembrando que, no final do filme, os alienígenas vêm à Terra para transmitir uma mensagem de união em troca de uma ajuda que eles precisarão da raça humana daqui a milênios.
"Sim", confirmou Eric Heisserer: "Sempre houve isso de que, em três mil anos, estaríamos em posição de ajudá-los. E, para que isso pudesse acontecer, precisaríamos começar a colonizar. Precisaríamos começar a sair da Terra", explicou o roteirista.
A Chegada foi um sucesso comercial (US$47 milhões de custo de produção, US$192 milhões em bilheterias), agradou a crítica e público, e foi lembrado em várias premiações, incluindo oito indicações ao Oscar.