Donald Trump levou a cabo a decisão de banir muçulmanos dos Estados Unidos. Nesse primeiro momento, sem exceção. Com isso, ele impedirá um cineasta indicado ao Oscar 2017 de comparecer à cerimônia de premiação: Asghar Farhadi, produtor, diretor e roteirista de O Apartamento. Um dos favoritos à estatueta dourada, o artista iraniano já venceu o prêmio de filme estrangeiro em 2012, por A Separação.
A proibição a Asghar Farhadi foi confirmada neste sábado (28) por Trita Farsi, presidente do Conselho Nacional Iraniano Americano — que intermedeia as relações entre os países. Segundo a ordem executiva de Donald Trump, cidadãos de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen ("nações propensas ao terrorismo") só serão admitidos nos Estados Unidos, por ora, mediante a apresentação de passaporte diplomático.
Imigrantes e turistas desses países já vêm sendo retidos nos aeroportos dos EUA como aplicação da nova política. Antes mesmo da assinatura do decreto, há semanas, o cineasta iraquiano Hussein Hassan Ali, do filme The Dark Wind, vinha sendo boicotado durante a solicitação de visto. Em represália, a protagonista de O Apartamento, Taraneh Alidoosti, protestou contra a "ação racista e inaceitável" de Trump e anunciou que não compareceria ao Oscar 2017.
Asghar Farhadi e O Apartamento concorrem ao prêmio de filme em língua estrangeira com os representantes de Alemanha (Toni Erdmann), Austrália (Tanna), Dinamarca (Terra de Minas) e Suécia (Um Homem Chamado Ove). A cerimônia do Prêmio da Academia anunciará esse e outros vencedores no dia 26 de fevereiro.
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