Não é de hoje que Kevin Costner aborda o tema do preconceito racial no cinema. Em 2014, ele tirou dinheiro do próprio bolso para bancar Preto e Branco - inédito nos cinemas brasileiros -, que tratava exatamente desta questão. "Não sei se Estrelas Além do Tempo é mais importante agora do que em outros tempos. Poderia ter sido igualmente importante há dez anos atrás, porque é um reflexo da nossa sociedade [..] As coisas que odiamos, que nos envergonham e que nos entristessem na trama, nós as ultrapassamos?", questiona, com fundamento.
Interpretando um personagem fictício, que na verdade é a fusão de três pessoas que realmente existiram, Costner interpreta um preocupado diretor da NASA, pressionado devido à dianteira conquistada pelos soviéticos devido ao lançamento do Sputnik, o primeiro satélite colocado em órbita no planeta. "Ele é o responsável por manter uma organização muito grande em funcionamento. Então, todas as cenas foram escritas para acentuar isso e para lidar com este preconceito subliminar que ocorreu durante esta missão."
Aproveitamos a oportunidade para perguntar ao ator se, assim como aconteceu em Batman Vs Superman, ele terá uma participação especial também em Liga da Justiça. A resposta, negativa, veio com um comentário bem espirituoso: "Não ia nem fazer o segundo filme, mas os produtores me pediram. Acho que não. Os filmes do Super-Homem funcionam bem sem mim. Trinta anos atrás eu poderia ter sido o Super-Homem, mas agora eu só posso interpretar o pai do Super-Homem. Não quero interpretar o avô dele."
Indicado em três categorias do Oscar - filme, atriz coadjuvante (Octavia Spencer) e roteiro adaptado -, Estrelas Além do Tempo chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, 2 de fevereiro.
O AdoroCinema viajou a Nova York a convite da Fox Filmes do Brasil.
