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    Estrela de La La Land – Cantando Estações, Emma Stone relembra o começo da carreira em Hollywood (Entrevista)

    “O que te faz orgulhosa sobre si mesma?”

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    Quando Emma Stone entrou na sala do Hotel Ritz Carlton, em 13 de setembro, em Toronto, para conversar com o pequeno grupo de jornalistas que a aguardavam, estava radiante. Não (só) porque trajava um vestido estampado esvoaçante, a inconfundível voz rouca e uma simpatia incomum em Hollywood, mas porque vestia a confiança de quem, três dias antes, havia sido escolhida como Melhor Atriz do prestigiado Festival de Veneza, por La La Land – Cantando Estações.

    “Eu fiquei muito empolgada. Descobri no dia anterior [9]. Eu não poderia comparecer à cerimônia, então eles enviaram um grupo de pessoas para que eu fizesse um pequeno discurso. Foi incrível”. Foi uma vitória surpreendente?, alguém pergunta. “Sim! Não sabia nem que eu era uma opção, não sabia que isso ia acontecer”, responde humilde.

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    Quando estreou na mostra italiana, parte considerável dos profissionais de imprensa presente se levantou para aplaudir o filme logo ao fim da sequência de abertura. A atitude poderia ser creditada ao comportamento passional dos latinos, mas o sucesso de crítica e o reconhecimento na temporada de premiações (afinal, o longa levou os sete Globos de Ouro a que concorria, incluindo uma estatueta para Emma Stone) mostraram que o hype se justificaria.

    Confira a seguir os principais trechos da entrevista concedida durante o Festival de Toronto (Toronto International Film Festival), em que falou sobre a seu tom de voz peculiar, o início da carreira e até mesmo a prematura especulação do Oscar.

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    Você disse que não poderia atuar na Broadway por causa de nódulos nas cordas vocais. Você fez a operação para retirá-los?

    Não, eu simplesmente fiz muitas aulas de canto antes de fazer “Cabaret” na Broadway e, logo em seguida, começamos a filmar La La Land. Visitei um médico ótimo, especializado em medicina holística, e descobri que o meu quadro não era tão ruim quanto da última vez que eu tinha sido examinada. Então, fiz um acompanhamento médico e consegui aprender a cantar. Ainda perco a minha voz o tempo todo, mas consegui superar isso.

    Você não é uma profissional [do canto] e as canções do filme foram feitas em um tom mais baixo para acomodar a sua voz...

    Ah, obrigada por dizer que eu não sou uma profissional, isso significa muito para mim [risos]. Damien [Chazelle, o diretor] adora essa atmosfera de Os Guarda-Chuvas do Amor, com os vocais mais suaves. Foi definitivamente um tipo de canto diferente do que eu tive que fazer em “Cabaret”.

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    Você convenceu seus pais a se mudarem para Los Angeles ou você simplesmente mudou para a cidade para participar das temporadas de audições?

    Eu me mudei para Los Angeles para fazer audições, para atuar. Nós não tínhamos um planejamento. Então, as audições começaram a sumir, não consegui nenhum papel. É muito pior não ter nenhum convite para um teste do que ser rejeitada em um. Foi a primeira vez que pensei em desistir. Comecei a pensar a voltar para casa, tinha quinze anos de idade, tinha estudado em casa apenas.

    Então, eu vi um comercial para os testes abertos de “In Search of the Partridge Family” do [canal] VH1 e acabei conseguindo o papel. Foi assim que eu conheci minha empresária, que trabalha comigo até hoje. E as audições começaram a se tornar mais constantes.

    Como você convenceu os seus pais?

    Tive muita sorte porque meu pai me apoiava em tudo. Era bizarro. Eu era obcecada por atuar, fiz muitas peças no teatro da cidade [Scottsdale, Arizona] e ele simplesmente falou que esse era o meu caminho. Além disso, meus pais perderam muitas coisas durante a vida e assumiram uma postura de aproveitar o momento, de trabalhar para conquistar seus sonhos se você souber o que deseja. Também tive muita sorte porque eles puderam me ajudar financeiramente.

    Meu primeiro papel no cinema foi em Superbad – É Hoje, na época em que eu estaria no final do meu ensino médio, se meus pais me tivessem feito terminar a escola como um ser humano normal. Acho que nunca fui normal [risos]. Tenho que agradecer muito a [diretora de casting] Allison Jones. Foi ela quem me descobriu. Conheci o [diretor e produtor] Judd Appatow e minha vida mudou completamente. Foi uma grande combinação de fatores que possibilitou a minha carreira.

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    Damien Chazelle disse que queria fazer um musical mais realista e que por isso não quis escalar veteranos da Broadway, o que é irônico, porque foi onde ele te “achou”...

    Mas eu não sou uma veterana da Broadway. Não sou nenhuma Patti LuPone...

    Você se identificou com os esforços e as concessões que o personagem de Ryan Gosling precisa fazer [no filme, ele é um pianista de jazz que acaba cedendo a trabalhos mais comerciais]? Ou pensa sobre esse embate entre fazer algo comercial e algo mais artístico?

    Não necessariamente com o trabalho, mas com alguns outros elementos da minha profissão. Eu tento não julgar o tamanho do projeto, se é um filme de estúdio ou se é um projeto independente. Porque, quanto maior for o projeto, mais assustada eu fico. Mas não sinto que me vendi ou algo assim, porque sei que nunca entrei em um projeto pelas razões erradas. Pode ser que as coisas não tenham saído do jeito que eu esperava, mas sempre tentei seguir meus instintos.

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    Todos concordam que você é uma das favoritas ao Oscar e você realmente fez um trabalho incrível em La La Land, mas quando você realmente acredita que fez um bom trabalho?

    Quando eu sei que dei tudo de mim. Uma das razões pelas quais sempre quis ser atriz é que sou muito ansiosa, gosto de ter controle sobre as coisas e atuar pede que você não faça isso, pede que você seja vulnerável. Como atriz, sei que fiz um bom trabalho quando percebo que não há nada mais que eu poderia ter feito e, como pessoa, quando me sinto em paz com as coisas que faço.

    O que te faz orgulhosa sobre si mesma?

    O que não me faz orgulhosa sobre mim?

    E não é que ela tem razão? La La Land – Cantando Estações estreia oficialmente na próxima quinta, 19 de janeiro. Mas já está cartaz em pré-estreias espalhadas pelos país.

     

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