Não é só de reuniões de famílias, presentes que serão trocados (sua tia não acerta mesmo o seu número, não é?) e rabanadas que se faz um fim de ano. Dezembro está aí e, além do calor, o último mês do calendário gregoriano faz chover uma infinidade de listas retrospectivas.
No AdoroCinema não é diferente. E, para inaugurar o inventário de 2016, divulgamos o já tradicional (é terceiro ano consecutivo, vai...) top 10 das maiores personalidades do cinema brasileiro.
Escolhidos pelos editores do portal, são nomes que estiveram no centro dos debates (amigáveis ou não); que deram a volta por cima; que comeram pelas beiradas; que apontaram tendências; que emendaram um lançamento no outro; que, enfim, emocionaram de alguma forma, contribuindo para a longevidade do nosso cinema.
Chegou a hora de reconhecer essa gente bronzeada que mostrou seu valor no ano que (quase) passou.
10. Juliana Rojas
Depois da parceria com Marco Dutra em curtas-metragens e no premiado Trabalhar Cansa, Juliana Rojas voou solo na direção de um longa-metragem de ficção com um musical (!) de horror (!!) Lançado em abril, Sinfonia da Necrópole (que ela assina como diretora, roteirista e compositora da trilha) trouxe um baita frescor para o cinema nacional, depois de ter sido premiado nos festivais de Paulínia, Gramado e Vitória. Em 2016, Juliana ainda fez parte do badalado time de autores do texto de Supermax, da TV Globo. Para 2017, ela retoma a sociedade com Dutra em As Boas Maneiras, história de uma criança misteriosa da qual nenhuma babá dá conta. Olho nela.
9. Kéfera
Com a gritante (literalmente?) audiência dos youtubers, não demorou para que os produtores e distribuidores brasileiros resolvessem investir na migração dos astros da internet da telinha do celular para a tela grande do cinema. Se havia alguma dúvida (plataformas diferentes; linguagens distintas; público divergente; sim, havia várias) de que o upgrade, por assim dizer, não funcionaria, os fãs de Kéfera Buchmann compareceram em peso para tranquilizar o mercado. O sucesso de É Fada, com mais de 1,5 milhões de ingressos vendidos, impulsionou um nicho que segue agora com o lançamento de Eu Fico Loko e Internet – O Filme já em janeiro de 2017. De quebra, ela ainda conseguiu desengavetar a estreia do drama O Amor de Catarina, rodado em 2014.
8. Halder Gomes
O James Cameron do Ceará conseguiu de novo. Três anos depois de atrair mais público do que Titanic aos cinemas do estado nordestino, com Cine Holliúdy, Halder Gomes reencontrou o sucesso. Lançado em outubro, O Shaolin do Sertão foi visto por mais de 600 mil espectadores, cerca de cem mil a mais do que a produção anterior, feito que é um verdadeiro papôco de pai d´égua. Com tanta brilhantura, as aventuras de Aluísio Li (Edmilson Filho) já têm sequência garantida.
7. Eryk Rocha
O filho do lendário Glauber Rocha foi buscar no passado o motivo que o tornou tão relevante em 2016. Cinema Novo estreou no prestigiado Festival de Cannes e saiu da Riviera Francesa com o prêmio L'Oeil d'Or (“Olho de ouro”) de melhor documentário. Selecionado para abrir a última edição do tradicional Festival de Brasília, o longa-metragem de Eryk Rocha sobre o movimento cinematográfico dos anos 1960 “oferece uma reflexão sobre o cinema brasileiro no sentido de buscar um cinema popular e as dificuldades em ser visto pelo próprio público”, atesta o AdoroCinema.
Quem?! Você pode até nunca ter ouvido falar de Erlanes Duarte, mas só se você não mora no Maranhão. Lá – e só até o último dia 6 –, Muleque Té Doido 2: A Lenda de Dom Sebastião já tinha sido visto por mais de 55 mil espectadores. Detalhe: o filme está em cartaz em apenas seis salas. E, caso você esteja se perguntando, sim, se trata de uma continuação. O primeiro, Muleque Té Doido, foi lançado em 2014. Ou seja, se Halder Gomes é o James Cameron do Ceará, seria Erlanes Duarte o Halder Gomes do Maranhão? Hein?