Sob inúmeros aplausos e gritos, Evanna Lynch entra no palco na Comic Con Experience 2016. Tímida e afirmando que "não é uma pop star", a Luna Lovegood de Harry Potter veio ao Brasil para contar um pouco da sua experiência na franquia criada por J.K. Rowling.
Fã incondicional da saga, como muitos dos que estavam presentes, a jovem de 25 anos conseguiu o papel através de audições abertas — depois que convenceu seus pais a levá-la a Londres para os testes — e foi escolhida por ser bastante parecida com a personagem (apesar de achar que seria da casa Grifinória). "Assim como Luna, eu sempre era a pessoa mais estranha na sala; mas ao contrário dela, eu não queria ser. Eu não tinha segurança em mim mesma. É claro que me identifico com ela, mas [Luna] é mais uma inspiração para mim."
Evanna conta que, em Harry Potter e a Ordem da Fênix — primeiro filme da franquia em que participou —, estava muito nervosa, se questionava se era merecedora de estar ali e demorou um tempo para acreditar que estava de fato em Harry Potter. "Eu só pensava, 'não seja demitida, não seja demitida'."
Lynch sempre achou que o set de filmagens seria um jogo de imitação, no qual todo mundo estaria no personagem o tempo todo. "Eu ficava incomodada quando Dan [Radcliffe] e Tom [Felton] conversavam, se referindo aos atores de Harry e Draco, "'Vocês deveriam ser inimigos!', eu pensava". Motivo pelo qual não levou muitos itens dos filmes para casa.
Estar perto de ídolos que ela via nas telonas não devia ser fácil. "Aos assistir aos filmes, quando o personagem fala, você não responde a ele. Então, quando Daniel Radcliffe, por exemplo, falava comigo, eu esquecia de responder, só ficava encarando. E as pessoas deviam pensar que eu era estranha".
Um de seus momentos mais marcantes nas filmagens foi em Harry Potter e as Relíquias da Morte, quando conheceu o ator que iria interpretar o pai de Luna, Xenofílio Lovegood (Rhys Ifans). "Era bom ter outro Lovegood no set, porque nos primeiros filmes era só a Luna, e é interessante saber mais sobre a história dela." Evanna estava tão dedicada à personagem que certa vez esqueceu quem eles eram e chamou Rhys Ifans de pai. "Nós criamos essa bela bolha de luz entre nós e fomos os Lovegood."
A atriz comentou ainda que, se pudesse, certamente voltaria a viver Luna. Ela, inclusive, manda diversas indiretas para J.K. Rowling e para os diretores da Warner nas redes sociais. "Sei que daqui a pouco estarei muito velha para interpretar a Luna, mas estou investindo nos cremes antienvelhecimento", brincou.
Quanto ao futuro de Luna, Lynch imagina que, depois que se casou com o neto de Newt Scamander (Eddie Redmayne), protagonista de Animais Fantásticos e Onde Habitam ("genes bons, hein!", disse ela, arrancando risos da plateia), a personagem começou um culto, amarelo, para mostrar que criaturas mágicas existem e nem tudo são livros e lógica — bem diferente do que acha Hermione (Emma Watson).
Evanna também contou qual o seu personagem favorito da saga Harry Potter, sem ser Luna: "Dobby", comentando que chorou quando ele (spoiler!) morreu nos livros. Já nos filmes, como ela estava presente na cena e foi uma filmagem longa e cansativa, mal podia esperar que acabasse: "Morre logo! Vai logo!", disse rindo.
Depois, ela afirmou que, quando Dumbledore se foi, chorou mais do quando seus avós faleceram; disse que a história de redenção de Snape a entristece; e comentou que, se não fosse a Luna, adoraria viver Winky, elfa doméstica que marcou presença nos livros de Harry Potter e o Cálice de Fogo.