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    Exclusivo: “Você perde a noção da experiência humana por causa da magnitude dos eventos”, diz Kate Hudson, de Horizonte Profundo

    Conversamos com o elenco do filme que revive tragédia real em plataforma de petróleo. (E Kurt Russel relembra seu encontro com Elvis).

    “Como estamos contando a história real de um dia dolorosamente longo para todas essas famílias e consolidando tudo isso em um só filme, eu acho que Felicia é a personagem que representa todas essas famílias”. A frase é de Kate Hudson, intérprete de Felicia Williams no filme Horizonte Profundo – Desastre no Golfo, que estreia em 10 de novembro no Brasil.

    O tal dia é 20 de abril de 2010, quando a plataforma de petróleo Deepwater Horizon (título original do longa de Peter Berg) explodiu no Golfo do México, causando a maior tragédia ambiental do gênero e deixando um rastro de 11 mortos no acidente. Esse é o momento retratado na produção, exibida no último Festival de Toronto (Toronto International Film Festival, TIFF), em setembro, quando o AdoroCinema conversou com o elenco e diretor do filme.

    AFP / DANIEL LEAL-OLIVAS

    “Eles não sabiam o que estava acontecendo, ninguém os informou sobre nada. Eles não sabiam se seus familiares estavam vivos ou não. Então, essa ansiedade, esse medo, todos esses sentimentos, foi nisso que trabalhamos”, completa a atriz, que contou com a ajuda da verdadeira “personagem” que, na vida real, é casada com Mike Williams (interpretado por Mark Wahlberg), o último funcionário a abandonar a plataforma em chamas.

    “Eu acho que esse filme é sobre honrar as histórias dessas pessoas. Em certos aspectos, você perde a noção da experiência humana, trágica e dramática, que aconteceu ali por causa da magnitude dos eventos”, conceitua a intérprete de Penny Lane de Quase Famosos (uma das melhores personagens de todos os tempos – não perdemos a chance de dizer).

    Kurt, The Elvis.

    Kurt Russell não contou com a mesma “sorte” para incorporar Jimmy Harrell, o encarregado das instalações da plataforma. “Queria ter conversado com ele, estava ansioso para fazer isso porque eu já interpretei pessoas reais antes e quando essas pessoas estão vivas, conversar com elas é muito bom, você aprende muito”. “Infelizmente, dessa vez não deu [para conhecê-lo]. O que me restou foi assistir o depoimento que ele deu, que dura quase três horas”, comentou o ator.

    Patrick Semansky / The Associated Press

    E se diverte: “Se eu visse alguém me interpretando, eu me perguntaria por que o ator não me ligou. Eu me encontraria com o ator para mostrar a ele quem eu sou, como eu gostaria de ser visto”. “Aí o ator vai poder dizer ‘é, eu não gosto muito dele, mas tudo bem, ele é razoável’”, ri.

    Kurt cita Herb Brooks, o técnico de hóquei de Desafio no Gelo; e Elvis, quando viveu Elvis Presley no filme de John Carpenter de 1979. Sobre o pioneiro do rock and roll, Russel relembra: “O que é interessante sobre ele é que ele é a primeira grande celebridade, eu nunca tinha visto nada parecido com o fenômeno que era”. “Quando ele estava prestes a subir no palco, as pessoas enlouqueceram, o carro foi cercado pela multidão. Nunca tinha visto nada como aquilo, eu não sabia bem o que estava acontecendo e me disseram que estavam tentando fazê-lo subir no palco. Eles tiveram que criar uma rota alternativa para ele”. E conclui: “Foi naquele momento que aprendi que há algo de diferente nesse negócio de entretenimento”.

     

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