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    James Mangold explica uso da música "Hurt", de Johnny Cash, no trailer de Logan

    Sem spoilers, cineasta ainda comenta as questões existenciais que permeiam o filme e a importância das cicatrizes do Wolverine para essa proposta.

    O trailer de Logan é fantástico! Depois de X-Men Origens, péssimo, e do irregular Wolverine: Imortal (que decai muito no fim), Hugh Jackman merece um grande filme derradeiro como o mutante que tão bem interpretou ao longo de 17 anos. A prévia nos deixou com essa expectativa, pelo tom e por uma de suas principais escolhas: a música "Hurt", interpretada por Johnny Cash.

    "Obviamente, eu tenho uma conexão e predileção por Johnny Cash, seu tom, sua mensagem e sua música. Mas o verdadeiro condutor dessas decisões é tentar nos separar, de modo eficiente, de outros filmes de super-heróis", disse James Mangold, em entrevista à Empire. O diretor conta algo muito positivo: embora algumas obras tentem se vender como todas as outras, faturando em cima disso, Logan busca exatamente o contrário.

    "Achamos que entregaremos algo um pouco diferente e quisemos ter certeza de que estávamos vendendo ao público baseados nessa diferença. A música de Cash, de alguma forma, nos separa do convencional, do bombástico, da orquestra, do tiroteio, das portas se abrindo e batendo, da metodologia do tipo explosão de alguns desses filmes", esclareceu Mangold.

    James Mangold explica que tanto ele como Hugh Jackman buscaram isso para dar uma despedida grandiosa ao Wolverine. "Quantas vezes é possível salvar o mundo de um jeito ou de outro?", ele perguntou, de maneira retórica. Então, ele disse que a forma de fazer algo mais original seria investir numa história que se importasse com os personagens e suas questões existenciais, até mesmo seus poderes.

    Sendo assim, fica claro por que o realizador e sua equipe escolheram "Old Man Logan" como o último filme da trilogia do Wolverine. E um elemento importante nesse arco é a diminuição do poder de regeneração do mutante — que surge cheio de cicatrizes no trailer. Eis a explicação de James Mangold sobre essa grande mudança em relação a tudo que vimos sobre o personagem no cinema, na íntegra.

    Uma das coisas em que todos pensamos ao trabalhar nesse filme é que não queríamos reconstruir tudo. Queremos algumas questões. Para fazer um Logan diferente, um filme do Wolverine com um tom diferente, sentimos que não devíamos nos ater, religiosamente, a todas as tradições estabelecidas em todos os filmes, ou ficaríamos presos em decisões tomadas antes antes de nós. Então, questionamos por que o fator de cura de Logan o leva a se regenerar sem ao menos uma cicatriz. Imaginamos que poderia ter sido assim quando ele era mais jovem, mas, com a idade, ele está ficando mais velho e doente. Talvez seu fator de cura já não produza a pele macia de um bebê. Por isso imaginamos que ele se regenera rapidamente; porém, fica uma cicatriz. A simples ideia é de que seu corpo começaria a ficar um pouco mais desgastado, com uma espécie de tatuagem das batalhas do passado, lacerações que ficam de conflitos anteriores.

    A entrevista do cineasta à Empire foi tão boa que, além de esclarecedora, animadora, não revelou quem seria a pessoa que morre em Logan. James Mangold se negou a dizer se seria o decrépito Professor Xavier (Patrick Stewart), e explicou: "Estamos no futuro, passamos muito do epílogo de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. [...] Encontramos esses personagens em circunstâncias um pouco mais reais; Questões sobre envelhecimento, solidão, pertencimento. 'Será que eu ainda sou útil a esse mundo?' Vi isso como uma oportunidade."

    Logan estreia nos cinemas brasileiros no dia 2 de março de 2017.

     

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