A Pixar tem o costume de inserir momentos obscuros, de cortar o coração, em filmes de família, como a história de Ellie e Carl Fredericksen no início de Up - Altas Aventuras; os brinquedos enfrentando a iminente destruição em Toy Story 3 e a decisão de Bing Bong em Divertida Mente. Mas, ainda assim, as produções são, em grande parte, felizes.
Querendo desmistificar o fato de que animações não são somente para crianças, dois animadores da Pixar resolveram fazer um curta-metragem independente. Pode parecer com um filme da Pixar, e até soar como um, mas Borrowed Time (Tempo Emprestado, em tradução livre) é bem mais sombrio do que qualquer longa ou curta do estúdio.
O curta de quase sete minutos retrata um xerife que retorna ao local de um acidente que ele passou a vida toda tentando esquecer. Conforme as memórias vêm à tona, ele tem que enfrentar o sua culpa mais uma vez. A animação é extremamente detalhada, e mantém o estilo conhecido da Pixar na estrutura e no rosto dos personagens, o que torna o filme ainda mais comovente.
Selecionado para cerca de 27 festivais de cinema, tendo sido premiado em 7 deles, Borrowed Time foi escrito e dirigido pelos animadores Lou Hamou-Lhadj (Wall-E; Toy Story 3; Valente; O Bom Dinossauro) e Andrew Coats (Divertida Mente; Valente; Carros 2), e produzido por Amanda Deering Jones (que trabalhou em Como Treinar o Seu Dragão e Universidade Monstros, entre outros). A obra contou com a música composta por Gustavo Santaolalla, ganhador do Oscar pelas trilhas sonoras originai de Babel e O Segredo de Brokeback Mountain.
Segundo Hamou-Lhadj, o objetivo era "fazer algo que meio contestasse a noção de animação ser um gênero, e um para crianças especificamente. Realmente queríamos fazer algo que fosse um pouco mais adulto nas escolhas das temáticas, e mostrar que a animação fosse um meio para contar qualquer tipo de história".
Assista ao curta (inglês, mas com poucas falas):
Borrowed Time from Borrowed Time on Vimeo.