Sucesso na internet, o canal Porta dos Fundos aos poucos estabelece uma presença mais constante no cinema. Após lançar neste ano seu primeiro longa-metragem, Porta dos Fundos - Contrato Vitalício, o grupo desta vez é responsável não apenas pela dublagem, mas também pela adaptação do roteiro da animação Festa da Salsicha, já em cartaz nos cinemas brasileiros.
O AdoroCinema pôde conversar com Fábio Porchat, um dos sócios do Porta dos Fundos, sobre como surgiu esta iniciativa e de que forma a adaptação foi feita. Confira também nossa crítica do filme!
ADOROCINEMA: Como surgiu esta proposta do Porta dos Fundos fazer a versão brasileira de Festa da Salsicha?
FÁBIO PORCHAT: O [Antônio] Tabet assistiu ao trailer do filme, adorou e falou para a gente ver. Como achou muito engraçado, sugeriu que nós dublássemos o filme. Entramos em contato com a Sony e fomos assistir ao filme inteiro, para ver como era. Quando terminou, ficamos chocados! Tinha tudo a ver com o Porta dos Fundos, pela proposta de brincar com sexo, religião, palavrão, com assuntos meio tabus... A gente riu muito, acima de tudo, e resolveu ir nessa! O filme fez muito sucesso nos Estados Unidos e nunca tinha visto uma animação 18 anos. É claro que South Park e Family Guy têm umas coisas meio porrada, mas nunca tinha visto isso numa animação para cinema. A gente gostou muito!
AC: Mais do que propriamente a dublagem, há também esta questão de adaptar piadas do humor americano para a realidade brasileira. De que forma vocês fizerm alterações neste sentido?
PORCHAT: Como em todo filme que é dublado, você perde algumas coisas e ganha outras. A gente tentou trazer as traduções para o espírito do filme. Se fala palavrão, a gente fala palavrão mesmo! Mas, por exemplo, o vilão do filme é uma chuca, que não é muito comum ao brasileiro mas lá é. Então o nosso vilão se chama Chuca, mas a gente tentou trazer para um lado que o público possa entender. E até os próprios trocadilhos, obviamente.
AC: Você é a voz do Olaf (Frozen) aqui no Brasil e desta vez dubla um personagem completamente diferente. Para você, como dublador, que tipo de desafio este filme trouxe?
PORCHAT: Em Festa da Salsicha eu faço um bolinho Ana Maria, não perecível, que dura a vida inteira. Por isso mesmo ele sabe as verdades do mundo (risos). Fiz também Angry Birds e, quanto mais você dubla, fica menos tenso. Dublar é muito difícil! É preciso ter a métrica, o palavreado, aquela exata palavra, a exata entonação... E eu não sou dublador, apesar de me arriscar na dublagem não é minha profissão. Então preciso fazer muito para pegar o jeito.