A polêmica em torno da escolha do representante brasileiro no Oscar 2017, iniciada em agosto, não para. Na verdade, se intensificou após a surpreendente seleção de Pequeno Segredo, de David Schürmann. Diante desse cenário, Bruno Barreto abriu o verbo.
Por um lado, o presidente do comitê responsável defendeu a seriedade do processo: "As pessoas são capacitadas, conhecem cinema, e o processo foi liso", disse ele, em entrevista ao Estadão. Mas também foi enfático ao dizer que se arrepende de não ter adiado a importante decisão.
"Eu me arrependo por não ter pedido o cancelamento ao saber que teríamos duas pessoas faltando no encontro em que discutiríamos os filmes. Isso teve influência no resultado final", disse Bruno Barreto, referindo-se à ex-secretária de Cultura do Rio, Adriana Rattes, e à diretora Carla Camurati. Ambas votaram à distância. Porém, elas não participaram do debate que definiu o escolhido.
A votação constatou um empate em quatro votos entre Pequeno Segredo e o favorito (e controverso) Aquarius. O membro que escolheu Chatô - O Rei do Brasil na primeira rodada acabou se rendendo aos votos majoritários no encontro, já que Rattes e Camurati tinham votado no filme de Kléber Mendonça Filho. Eis o maior peso da dupla ausência.
Dada a polêmica, Ancelmo Góis foi atrás dos votos de cada membro da comissão. Segundo o colunista do jornal O Globo, Silvia Rabello e o próprio Bruno Barreto votaram em Aquarius junto com Rattes e Camurati. George Torquato Firmeza, Luiz Alberto Rodrigues, Paulo de Tarso Basto Menelau, Sylvia Regina Bahiense e, claro, Marcos Petrucelli optaram por Pequeno Segredo.
Aquarius está em exibição nos cinemas brasileiros e no Festival de Toronto. Pequeno Segredo terá suas primeiras sessões no Festival do Rio, que acontece entre os dias 6 e 16 de outubro.