Snowden, a cinebiografia do ex-agente da CIA e da SNA (a Agência de Segurança Nacional do Estados Unidos) que revelou o maior esquema global de espionagem por parte do governo norte-americano, teve sua estreia mundial na noite dessa sexta-feira, 09, no Toronto International Film Festival (TIFF) 2016.
E o diretor, Oliver Stone, acredita no poder do cinema. “Talvez o filme ajude [a trazê-lo de volta para os Estados Unidos], assim como [o documentário de 2014] Cidadãoquatro”, disse o cineasta na coletiva de imprensa na manhã deste sábado. “Obama poderia perdoá-lo e nós esperamos que isso aconteça”. Joseph Gordon-Levitt, que interpreta Edward Snowden, e o conheceu pessoalmente na Rússia onde vive exilado, garantiu que “Ele é louco para voltar para casa”.
Como esperado, a discussão a respeito da privacidade foi a protagonista do encontro com a imprensa. “Os americanos não sabem nada sobre isso [vigilância] porque o governo mente o tempo inteiro sobre o assunto”, tascou Stone. “O que vem acontecendo é muito chocante. Essa história não só tem a ver com espionagem, mas com espionagem em massa”. “É como o Snowden disse uma vez: ´Está fora de controle. O mundo está fora de controle’”, alarmou.
Contraditoriamente (ou não), Gordon-Levitt apontou como interesse inicial para topar o projeto o “patriotismo” do ex-agente. “Há dois tipos diferentes de patriotismo: aquele em que você é leal ao seu país incondicionalmente e não questiona nada, mas há um outro tipo, que eu quis mostrar com esse personagem: o privilégio de pertencer a um país livre como os Estados Unidos é que nós podemos questionar o governo responsável por aquilo”.
Pelo sim, pelo não, Shailene Woodley, que vive a namorada de Snowden no longa, admitiu que começou a tomar medidas de precaução depois que embarcou no projeto – como cobrir a câmera frontal do laptop com uma fita translúcida.
Snowden estreou dividindo a crítica (confira a nossa aqui) e ainda não tem previsão de chegar aos cinemas brasileiros.