No dia 20 de julho de 2012, James Eagan Holmes invadiu uma sala de cinema na cidade de Aurora, Colorado, nos Estados Unidos. Ele usava uma máscara de gás e estava munido com um rifle, escopetas e duas pistolas. Depois de lançar duas granadas de gás lacrimogênio numa sala de cinema onde espectadores assistiam a Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge, abriu fogo e matou doze pessoas, deixando outras 70 feridas.
Alguns sobreviventes do massacre a familiares de vítimas fatais moveram uma ação civil contra a rede Cinemark, que controla o cinema Century Aurora 16. A rede Cinemark alegou que não poderia ter feito nada para previnir que uma tragédia como aquela acontecesse, mas isso não convenceu o juiz R. Brooke Jackson. Ainda assim, um júri concluiu que o Cinemark não poderia ter previsto o ataque.
Como o cinema não foi considerado culpado, com base numa lei de Colorado, a acusação — que no caso são os sobreviventes do massacre e os familiares das vítimas — terão de arcar com os custos do processo, estimados em US$ 700 mil, segundo informações do jornal Los Angeles Times.
Após o veredicto, o juiz Jackson tentou fazer com que os 41 responsáveis pela ação civil contra o Cinemark entrassem em um acordo com a empresa.
As vítimas tinham duas opções: "Ou vocês vão atrás de justiça e ficam endividados ou aceitam uma ridícula quantia de dinheiro", disse Marcus Weaver, um dos queixosos que afirmou que ainda tem pesadelos com o corpo sem vida de seu amigo caindo sobre o seu no dia do massacre, quando foi baleado no ombro.
Todas as partes estavam perto de conseguir um acordo. A Cinemark ofereceu US$ 30 mil para três daqueles que ficaram com as sequelas mais graves. As outras 38 vítimas iriam dividir a quantia de US$ 60 mil, totalizando apenas US$ 150 mil em indenizações. Como parte do acordo, a rede teria de fazer um comunicado oficial falando sobre melhorias nas políticas de segurança de suas salas.
Entretanto, uma mulher não aceitou o acordo que poderia livrar o grupo de pagar os custos do processo por considerar que a proposta do Cinemark humilhante demais. A mulher, que não teve o nome divulgado, teve um filho assassinado no massacre, perdeu o movimento das pernas e perdeu o bebê que, grávida, carregava.
Ainda não se sabe se a rede Cinemark irá, de fato, cobrar a indenização dos gastos no processo.