Cheryl Boone Isaacs voltou a demonstrar parcimônia em seu discurso como Presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. E olha que o assunto é beem delicado. Seguinte: votantes do Oscar já dizem que vão boicotar um dos principais concorrentes à premiação em 2017, The Birth of a Nation, por causa de uma acusação de estupro de seu diretor, Nate Parker, e seu corroteirista Jean Celestin — que chegou a ser considerado culpado pelo caso. Para Boone, no entanto, a questão artística deve ser considerada à parte.
"Eu sei, apenas por conversas que aconteceram em Sundance, que este é claramente um filme que os espectadores devem assistir", disse Cheryl Boone Isaacs ao TMZ. Quando perguntada sobre o crime, ela esclareceu: "Isso é uma questão, e essa é uma questão pessoal dele. E tem a questão do filme. O importante é que as pessoas vejam e gostem do filme, sejam impressionadas pelo filme. E eu acho que isso que é muito importante. As pessoas precisam ver esse filme."
O contexto atual é bem delicado, e demanda cuidado. Muitos apontam a ala conservadora da sociedade norte-americana como responsável por esses ataques a Nate Parker, já que seu filme denuncia de forma tão contundente o histórico racismo em que foram fundados os Estados Unidos. Por sua vez, não se pode relativizar um caso de possível estupro, resultante do suicício da (suposta) vítima. Tudo realmente muito grave e complicado de se discutir.
The Birth of a Nation estreia nos Estados Unidos no dia 7 de outubro. O longa-metragem deve chegar ao Brasil na época em que os filmes do Oscar estreiam no país, entre janeiro e fevereiro.