Quem assistiu ao clássico do suspense O Silêncio dos Inocentes certamente já sentiu aquela pontinha de medo, bem na base da espinha, por causa de Hannibal Lecter.
Há alguns anos, tem circulado pela internet uma espécie de lenda urbana que diz que Anthony Hopkins sugeriu que seu personagem deveria usar roupas de prisão brancas, já que remetem à médicos e clínicos, desapegados e, portanto, geram inquietação. Alguns fãs, inclusive, alegam que Lecter tem medo de dentistas e foi daí que ele tirou a ideia.
Porém, não foi bem isso. A ideia veio de Hopkins, mas o motivo foi outro.
Segundo a figurinista Colleen Atwood, ganhadora de três Oscars, contou ao The Huffington Post, Hopkins "imaginou a si mesmo como ser o espiritual Hannibal" em O Silêncio dos Inocentes. E, para isso, o ator queria que cada parte de seu personagem estivesse certa, mesmo suas roupas.
"Na cela com a camiseta branca, acho que nós apenas queríamos algo totalmente escasso e quase espiritual, mas quando você está na prisão, não há muitas opções", disse Atwood rindo.
Sem contar que Hopkins era metódico, de acordo com a figurinista do filme. "A coisa com Anthony é que o ajuste com tudo era muito preciso. Parte de seu personagem era aquela precisão, assim, mesmo o ajuste de uma simples camiseta era muito preciso. O que foi mínimo de uma forma, foi meio que profundamente alterado de outras que você talvez não note no filme. Mas tudo servia nele como uma luva", afirmou ela.
Assustador, não? Hopkins realmente vestiu a camisa de seu personagem, mas imaginá-lo como "espiritualizado" é ainda mais perturbador.
Estrelado por Jodie Foster, O Silêncio dos Inocentes rendeu a Anthony Hopkins o Oscar de Melhor Ator por sua interpretação do sádico vilão, e olha que ele só teve 15 minutos de cena. O ator também viveu o personagem em outros dois filmes: Hannibal e Dragão Vermelho. Lecter tinha sua própria série, Hannibal, estrelada por Mads Mikkelsen, mas a produção recentemente foi cancelada.