A Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas, o BAFTA, acaba de anunciar a data de sua próxima edição: 12 de fevereiro de 2017, um pouco mais cedo do que nos anos anteriores.
Até aí, nenhuma novidade, mas o que surpreendeu o mercado de cinema foi uma mudança importante nas regras de filmes candidatos aos prêmios principais. A partir do próximo ano, poderão concorrer produções lançadas diretamente em plataformas alternativas, como televisão, DVD, Blu-Ray, VoD... Ou seja, a obrigatoriedade da exibição no cinema, que tem pautado as principais premiações internacionais, foi rompida.
O BAFTA explicou que é preciso se abrir a novas formas de distribuição, e os candidatos lançados em suportes diferentes do cinema serão analisados caso a caso. Os produtores ressaltam que as estreias cinematográficas ainda serão prioritárias, com destaque àquelas exibidas em mais de 10 salas.
Em 2015, a aclamada produção Beasts of No Nation, da Netflix, precisou fazer um rápido lançamento cinematográfico, caro e pouco lucrativo, apenas para ter a possibilidade de participar das premiações. Outras academias cinematográficas como o Oscar têm sido pressionadas para adotar medidas mais favoráveis aos lançamentos alternativos.
Se esta abertura tivesse ocorrido nos anos interiores, filmes interessantes como Bronson, estrelado por Tom Hardy, e Black Dynamite, sátira do preconceito racial, poderiam ter despertado a atenção dos votantes. Entre os novos lançamentos em plataformas digitais com bom potencial de cativar os críticos, estão o drama Tallulah, estrelado por Ellen Page e o drama de guerra War Machine, com Brad Pitt, ambos da Netflix, ou os telefilmes Guerras Alheias e Confirmação, da HBO.
Isso também significa que as comédias de Adam Sandler para a Netflix têm chance de concorrer aos prêmios principais do BAFTA. Brincadeirinha.