O cineasta americano Martin Scorsese lamentou a morte do diretor iraniano Abbas Kiarostami, cultuado diretor vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes por seu trabalho no drama Gosto de Cereja (1997).
"Eu fiquei profundamente triste e chocado quando soube das notícias da morte de Abbas Kiarostami", afirmou Scorsese em um comunicado oficial. "Ele era um desses raros artistas com um conhecimento especial do mundo. Colocando nas palavras do grande Jean Renoir: 'A realidade é sempre mágica'. Para mim, essa frase resume a obra extraordinária de Kiarostami.
Além de admirador confesso do trabalho do diretor asiático, Scorsese já homenageou Kiarostami antes, como no Festival de Cinema Internacional de Marrakesh, no Marrocos, em 2005, quando entregou um prêmio ao cineasta pelo conjunto de sua obra.
"Alguns se referem aos seus filmes como 'minimalistas', mas na verdade é o oposto. Cada cena de Gosto de Cereja ou Onde Fica a Casa do Meu Amigo? transborda beleza e surpresa. A paciência é capturada de forma requintada", segue Scorsese em sua homenagem ao realizador.
"Eu conheci Abbas ao longo dos últimos 10 ou 15 anos. Ele era um ser humano muito especial: quieto, elegante, modesto, articulado e muito atento. Nossos caminhos se cruzavam muito raramente e eu ficava sempre feliz quando isso acontecia. Ele era um verdadeiro cavlheiro e um de nossos maiores artistas."
Nascido em Teerã, no Irã, Kiarostami morreu em Paris, na França, na última segunda-feira (4), vítima de um câncer diagnosticado em março deste ano. Também fotógrafo, roteirista, produtor e poeta, o cineasta dirigiu filmes como Vento Nos Levará (1999), Cópia Fiel (2010), Close-up (1991), Através das Oliveiras (1994) e Dez (2001).