Falando sobre questões sociais, violência e feminismo, o novo filme de Spike Lee entitulado Chi-Raq - uma gíria que compara os altos índices de violência de Chicago com o Iraque - não será exibido no circuito das salas de cinema do Brasil. Após algumas polêmicas, o longa será lançado nacionalmente direto na TV a cabo.
Uma das polmicas do longa é o fato dele ser um filme produzido por um canal de streaming, a Amazon Studios. Sendo assim, Chi-Raq foi lançado na internet logo após a sua estreia nas telonas dos EUA, postura que incomoda as redes de cinemas norte-americanas que ficam com um pé atrás em acolher esse tipo de produção por duvidarem dos rendimentos. Uma situação parecida aconteceu também em 2015 com Beasts of no Nation, de Cary Fukunaga, que teve distribuição comprada pela Netflix e recebeu ameaças de boicote dos cinemas estadunidenses.
Outra polêmica do filme é o seu título. Por ser uma gíria das ruas que apresenta o índice de violência de Chicago comparado com a guerra do Iraque, o termo gerou controvérsias com o prefeito da cidade, Rahm Emanuel, por deixar muito claro a situação de segurança do local. Mesmo sendo alvo de críticas pela temática, Spike Lee manteve seu posicionamento, inclusive, logo após as filmagens ele fez uma publicação no Instagram afirmando que nos 39 dias de trabalho no set, 331 pessoas foram baleadas e 69 assassinadas na região.
Com Nick Cannon, Teyonah Parris, Wesley Snipes, Samuel L. Jackson e John Cusack, Chi-Raq se passa em Englewood, um dos bairros mais perigosos da cidade de Chicago. Inspirado pela peça teatral Lisístrata, de Aristófanes, a trama do filme gira em torno da namorada de um traficante que lidera um grupo de mulheres em uma greve de sexo para que os homens concordem em largar as armas.
Chi-Raq será exibido no canal Max dia 19 de junho, às 21h.