O Festival de Cannes chegou ao fim, e um dos fatos mais marcantes da edição deste ano foi a grande quantidade de filmes vaiados pela imprensa mundial após sua primeira exibição. Um dos alvos foi The Neon Demon, novo trabalho do diretor Nicolas Winding Refn (Drive), que conhece bem a sensação. Afinal de contas, o mesmo acontecera em 2013, logo após a exibição do seu Apenas Deus Perdoa, no próprio Festival de Cannes.
Em entrevista concedida ao AdoroCinema dois dias após a conturbada sessão, Refn mostrou-se tranquilo com o ocorrido. "Você sabe, eu venho do futuro, e faço filmes para o futuro. Quando venho a Cannes não trago um filme, mas uma experiência. Gosto da ideia de pesquisar e destruir. Para os estúdios foi irônico o que aconteceu [a vaia do público após a sessão de The Neon Demon], mas eu sigo em frente."
O diretor revelou ainda como enxerga a sétima arte e a importância do seu trabalho para o Festival de Cannes. "O cinema é uma forma de arte onde não é possível dizer o que é bom e o que é ruim. Cinema é uma experiência, o que define se é bom ou ruim é algo muito individual. O mais importante é a viagem proporcionada e como ela te afeta, se você fica com raiva, triste, alegre ou qualquer outra coisa. É por isso que, quando aconteceram as reações na primeira sessão para a imprensa, tão violentas, eles deveriam ter ficado muito contentes por eu estar aqui, senão seria um festival muito entediante. Isto é Cannes, eu represento Cannes. Eu sou o melhor e o pior de Cannes."
Protagonizado por Elle Fanning, The Neon Demon critica escancaradamente o mundo da moda, rodeado por egos e atrás da beleza eterna, cada vez mais jovem. A estreia nos cinemas brasileiros está agendada para 18 de agosto.
