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    Festival de Cannes 2016: Steven Spielberg decepciona com O Bom Gigante Amigo

    O diretor está na Croisette para apresentar seu novo longa-metragem.

    Quatro anos após presidir o júri do Festival de Cannes, no ano em que Azul é a Cor Mais Quente levou a Palma de Ouro, Steven Spielberg está de volta à Croisette. Desta vez, para lançar seu novo longa-metragem, O Bom Gigante Amigo, exibido fora de competição.

    Na coletiva realizada logo após a apresentação do filme para a imprensa, Spieberg e os principais integrantes do elenco eram só sorrisos. "Foi uma jornada de muitos anos", disse a produtora Kathleen Kennedy. "Era um tremendo desafio ter a tecnologia necessária para contar esta história", complementou. Vale lembrar que, da ideia inicial em se adaptar o livro homônimo de Roald Dahl até a conclusão de O Bom Gigante Amigo, foram 21 anos de espera.

    Spielberg aproveitou a deixa para falar sobre se retorno aos filmes de fantasia, que o tornaram tão popular. "Para mim não era exatamente voltar ao passado, mas revisitar algo que sempre amei fazer, que é lidar com a imaginação. Neste filme não havia barreiras nem impedimento, poderia fazer o que quisesse." O diretor comentou ainda como entrou no projeto. "Soube que Kathleen havia contratado minha velha amiga, Melissa Mathison, que escreveu E.T., para adaptar o livro. Então pensei que seria um sonho se tornando realidade se eu pudesse ser o diretor. Felizmente, foi o que aconteceu."

    Questionado sobre o porquê de adaptar o livro de Roald Dahl, o diretor não pensou duas vezes. "Todos estamos à procura de uma boa história, e às vezes ela está na nossa frente. Durante anos eu fui o bom gigante amigo para meus filhos, li o livro para todos eles. Isto me toca bastante." Rebecca Hall, que interpreta Mary no filme, ainda revelou que este tinha sido o primeiro livro que leu na vida, quando ainda era criança. "Nossas expectativas eram muito altas, não propriamente pelo filme mas pelo que havia antes", complementou o diretor.

    Spielberg ainda não se furtou em comentar as modificações feitas para o filme. "Existem algumas diferenças entre o livro e o filme, muito pelo formato em que as histórias são contadas. Há um novo plot, que desenvolvemos com participação da equipe que cuida do legado de [Roald] Dahl. Eles tiveram acesso a cada tratamento de roteiro que fizemos."

    Um dos momentos mais comentados foi o encontro do gigante interpretado por Mark Rylance com a rainha da Inglaterra. Penelope Wilton, sua intérprete, falou como surgiu o convite. "Spielberg queria que eu interpretasse a rainha e disse para não fazer isso comigo... Estava em Downton Abbey na época, interpretando uma aristocrata, e era convidada para ser a rainha? Mas meu interesse não era pelo papel, mas em trabalhar com ele. [..] Foi uma das experiências mais fantásticas que tive, pois Spielberg sabe tirar do ator exatamente o que ele quer para o personagem."

    O diretor também falou sobre a personagem. "Em relação à rainha, nós nunca pensamos em fazer o filme sem ela. Acho que todos sonhávamos em fazer as cenas em que ela aparecia. Acredito que ela tenha senso de humor e ficará contente com esta versão que fizemos."

    Spielberg foi ainda questionado sobre o fato de ser americano e ter em mãos um elenco inteiramente britânico, sobre uma história tradicional do país. "Já fiz e produzi tantos filmes na Inglaterra que acredito que a conheça. Considero que seja meu país de adoção, inclusive meu próximo filme será rodado lá."

    O Bom Gigante Amigo tem estreia nos cinemas brasileiros agendada para 28 de julho. O AdoroCinema pôde conferi-lo no Festival de Cannes e, como você pode conferir no vídeo acima, não gostou nem um pouco.

     

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