Quem nunca desejou visitar um dos mundos incríveis criados pelos filmes e séries de ficção científica, onde o espaço é só mais uma fronteira a ser explorada, a comunicação com alienígenas é fluente e instantânea e as batalhas espaciais são emocionantes e repletas de explosões massivas?
Acontece que muitas dessas cenas que vemos nos cinemas e em séries de TV nem sempre batem com aquelas aulinhas de física que tivemos no ensino médio. Muitas dessas produções que se dizem "científicas" pecam justamente no quesito da ciência e acabam se tornando fantasia. Aliás, são poucas que se salvam em termos de "leis da física". Por isso, o AdoroCinema separou cinco falhas (científicas) cometidas nesses filmes. Confira abaixo e conte para a gente: você já notou algum outro erro?
05. Planetas Simplistas
Já notou que, a cada vez que um planeta novo é introduzido em um filme de ficção científica, ele tem o mesmo sistema ecológico em toda a sua superfície? Isso é bastante evidente nas franquias Star Trek e Star Wars – por exemplo, Tatooine é todo coberto de areia, como vemos em Guerra nas Estrelas, e Hoth tem a superfície toda de gelo, como é mostrado em O Império Contra-ataca. Nenhum é tão rico em ecossistemas como a Terra e, tudo bem, o universo é imenso e diversificado. Entretanto, para um planeta manter a vida, seria preciso fornecer água e outros recursos importantes para a sobrevivência. E, a menos que um mundo viva do comércio com outros planetas, como sustentaria a vida? Vale lembrar que estamos falando da vida no sentido como a conhecemos, de formas baseadas em carbono.
04. Comunicação Alienígenas-Humanos
Sabe aquela comunicação fluente e clara entre humanos e alienígenas que vemos em muitos filmes? Não é impossível, mas também não está muito perto da realidade. Pense bem: se encontrássemos extraterrestres, além de levar anos para traduzirmos uma linguagem inteiramente nova, teríamos que levar em consideração que a língua tenha conceitos que desconhecemos completamente. Por exemplo, muitas culturas não entendem o nosso conceito de "saudade", pois a palavra só existe na língua portuguesa, não tendo correspondência direta em outros idiomas. Claro que nada disso importaria se os alienígenas se comunicassem com a mente ou por meios não-audíveis – o jeito, talvez, seria estabelecermos uma linguagem de sinais para nos compreendermos mutuamente. Algumas produções criaram meios de contornar isso, usando tecnologias futuristas (e pouco prováveis de virarem realidade): Jornada nas Estrelas apresenta um aparelho que funciona como tradutor universal, que identifica a linguagem falada e traduz simultâneamente.
03. Explosões no Espaço
Pode esquecer todas aquelas explosões enormes e barulhentas! Infelizmente, quase todo filme de ficção científica comete o erro de mostrar explosões no espaço, o que, fisicamente, é impossível. No vácuo do espaço sideral, não há oxigênio e, portanto, não há chamas e, claro, estrondos. Uma explosão só ocorreria de forma breve e reduzida caso acontecesse dentro de uma nave, pois usaria o oxigênio contido nela – assim que o gás acabasse, o fogo da explosão cessaria. E, vista de fora, ela não teria ruídos pois, é claro, o som não se propaga no espaço – diferentemente do que George Lucas mostra em Star Wars. Uma das mais famosas exceções a essa falha é uma cena do filme 2001 - Uma Odisséia no Espaço, na qual David Bowman (Keir Dullea) entra na nave Discovery One explodindo uma saída de ar. Neste longa, também, toda atividade fora da nave, no espaço, se dá em completo silêncio – com a ocasional adição da valsa "Danúbio Azul".
02. Comunicação Instantânea
Em muitos filmes, duas pessoas em lugares diferentes do espaço – naves, estações espaciais ou planetas – conseguem se comunicar instantâneamente, com um atraso de, no máximo, alguns minutos. Mas, acredite, mesmo se usássemos particulas ou ondas luminosas, as vastas distâncias no espaço fariam a comunicação instantânea por rádio, texto ou mesmo vídeo (como vemos em Perdido em Marte) impossível. Ao invés de levar minutos, horas ou dias, demoraria anos. Uma rara excessão desta falha está no filme Contato. Conforme a câmera vai se afastando da Terra na cena inicial, ouvimos as emanações de rádio se tornando progressivamente mais antigas até que, finalmente, alcançamos o silêncio.
01. Gravidade da Terra
Não importa a qual filme de ficção científica você assista. Em quase todos eles, os personagens são vistos em um ambiente (seja um planeta, uma nave ou uma estação espacial) que tem a gravidade igual à da Terra. Só que isso é um absurdo, a menos, é claro, que você esteja em um planeta cujo campo gravitacional corresponda ao da Terra em todos os sentidos. Um filme que não cai nesse erro é, novamente, 2001 - Uma Odisséia no Espaço. O longa mostra aparelhos inteligentes – como a nave rotatória – que permitem que os humanos caminhem (ao invés de flutuar) em um ambiente de gravidade zero devido à aplicação da força centrípeta, que gera uma espécie de "gravidade artificial" (nada mais do que um "peso artificial"). O mesmo foi feito na nave Hermes, em Perdido em Marte.