O prefeito Fernando Haddad lançou 20 novas salas públicas de cinema na cidade de São Paulo nesta quarta-feira (30) e anunciou que pretende ver o circuito público superar redes exibidoras consolidadas. "Nós queremos passar o Cinemark, a prefeitura quer ser o maior exibidor. Senão o cinema não vai avançar como linguagem", afirmou o político durante entrevista coletiva (via UOL).
As 20 salas de cinema foram inauguradas em 15 CEUs (Centros de Educação Unificada) e cinco centros culturais da cidade, após investimento inicial de R$ 7,5 milhões. Há 6.500 poltronas disponíveis na rede e a proposta é de realizar 200 sessões semanais que atendam em média 63 mil espectadores por semana.
Nas sessões realizadas nos CEUs, os ingressos serão gratuitos. As sessões realizadas nos centros culturais custarão entre R$ 3 a R$ 8. O valor dos ingressos será subsidiado pela prefeitura.
Nesta quarta-feira, serão realizadas duas sessões especiais do circuito, com os filmes O Escaravelho do Diabo, de Carlo Milani, baseado no clássico romance infanto-juvenil brasileiro; e Mundo Cão, de Marcos Jorge, com Lázaro Ramos e Babu Santana no elenco.
Apesar das sessões inaugurais com filmes nacionais, não haverá preconceito com produções internacionais de sucesso na rede. "Nada contra blockbuster, a população da periferia tem direito", disse o prefeito.
Segundo Alfredo Manevy, presidente da SPCine, agência municipal de fomento ao cinema e gestora do sistema, 40% dos paulistanos não foram ao cinema uma única vez no ano passado. E cerca de 60 filmes produzidos no país estavam parados à espera de sala exibidora. "A abertura das salas representa aspecto fundamental da cidadania cultural", afirmou. "Derrubam os muros entre as áreas com maior vulnerabilidade social e as mais abastadas".
De acordo com uma nota divulgada pela Prefeitura de São Paulo, "um estudo da JLeiva apontou que, na média de toda a cidade, 10% dos paulistanos nunca foram a uma sala de cinema. Nas classes D e E, esse número sobe para 30%".